Analise 1.744

Indicado a quatro Oscars e a quatro Baftas, Nosferatu, dirigido pelo também roteirista e designer de produção, Robert Eggers, o mesmo que já nos deu “A Bruxa” que pode ser lido aqui e “O Farol”, aqui , que é e seria o diretor perfeito para dar vida a essa adaptação definitiva da história do Drácula.

Eggers é especialista em assustadoras peças de época e contando com um elenco composto de nomes como Bill Skarsgard, Lily-Rose Deepp, Nicholas Hoult e Willem Dafoe, ele restaura a magia e o conceito de vampiro sem utilizar nenhum clichê do gênero ( crucifixos, alhos e etc), e ainda compondo um elegantíssimo drama de época com destaque também para a trilha sonora, cenografia, figurinos e adereços advindos do século XIX, além de magnificas externas filmadas na Romênia embora a ação se centre na fictícia cidade alemã de Wisborg em 1838.

Mantendo uma constante atmosfera gótica e uma personificação de um Drácula diferente dos até então retratados – a maior parte do filme ele permanece nas sombras – esse conto carregado de desgraças afasta-se da sensualidade dos demais ousando pulsar sobre sexo o que fica bem claro dentro da conexão misteriosa entre Nosferatu e a heroína numa clara alegoria sobre o pertencimento, a propriedade do corpo feminino a vontade dos homens.

A trama, apesar de ser mundialmente conhecida, apresenta uma adaptação livre da narrativa do romance de Bram Stoker e, em seus 107 minutos, amarra o espectador com fortes cordas de inquietação transitando por momentos de loucura e fortes doses de obsessão e possessão provocados pela mente humana emulando exorcismos dentro de uma experiencia crua de terror em um mais que perfeito jogo de sombras e luzes compondo uma homenagem clássica do gênero ao mergulhar nas profundezas da tradição do genuíno filme de vampiro.

Comments