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Adaptações teatrais para cinema podem dar muito certo e ou muito errado e temos inúmeros exemplos dos dois extremos abundando nas telas e, nestes casos, quem produz o resultado (bom, médio ou ruim), é tão somente e exclusivamente a visão e a condução do diretor.
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Aqui, A atriz Regina King (Se a Rua Beale Falasse – Análise 993), em seu primeiro longa, dirige o texto da peça homônima adaptada pelo próprio autor, Kemp Powers, de forma tão formal e tão pouco original que o ótimo texto e todo seu contesto fica restrito a uma “mise-en-scène” de “teatro filmado” mesmo com inserções de pequenas cenas externas tornando o trabalho perigosamente quase perto do tedioso.
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Partindo da arrogante premissa que o mundo inteiro deva conhecer todos os seus personagens, suas inegáveis importâncias e inestimáveis contribuições artísticas e sociais, a premissa parte da imaginação do autor sobre o que teria acontecido durante a reunião de quatro amigos na década de 1960 em pleno e no auge do movimento pelos direitos civis dos negros nos EUA.
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Ok que o tema já foi abordado inúmeras vezes e por diversos ângulos e que ainda mereça, infelizmente, estar em pauta e o texto, muito original, devia-se de cenas explícitas de humilhações raciais – apenas uma logo no início que impacta bastante – apostando forte na força da dramaturgia e na ótima fluência dos diálogos que acompanham a evolução desde uma união fraternal passando por ótimos momentos gerados pelas contendas das personalidades individuais, dissonâncias e alternâncias até encaminhar plausivelmente para um fechamento amigável ungido pela realidade que os conectam.
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Com ótimas interpretações de todo o elenco onde o masculino prepondera, a dramaticidade cinematográfica com nítidas marcações de palco, em alguns momentos, amorna a encenação justo quando o ponto de tensão deveria alçar o pico emocional perdendo o elã empático que nunca se concretiza muito por conta da direção que costura o cerne textual central com uma indefinição sobre o que é teatro e o que é cinema.
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Assim, #OneNightinMiami, com seu belo momento musical em seu final e sua mensagem central, ainda que minimizada pela forma de apresenta-la, merece ser conhecido pelo legado e pelo conhecimento das pessoas-lendas retratadas.
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