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Foto do escritorCardoso Júnior

Todo o Tempo que Temos - Reino Unido - 2024

Analise 1.717

Com roteiro propositalmente atípico que, inicialmente pode gerar alguma confusão no espectador, pois transita em quatro linhas do tempo, pulando dias e meses, para frente e para trás, #WeLiveInTime, brinca com a cronologia do um verdadeiro amor por dez anos, ignorando totalmente a linearidade de sua estória, coisa que, passada a primeira “confusão” na cabeça do público, acaba nos prendendo de forma irrevogável.

Por vezes, gostaríamos de nos deter mais um tempinho em algum momento do casal protagonista, mas a inteligente proposta funciona mais como quando recordamos momentos de nossas vidas e eles nunca nos vêm à mente de forma exatamente cronológica e sim em fragmentos, então é relaxar e apreciar esse drama leve, mas também profundamente contundente que certamente toca as cordas de nossos corações.


Na verdade, não existe nenhuma novidade no tema explorado desde ‘Love History” (1970), mas a direção do diretor de cinema e teatro irlandês, John Crowley, de “O Pintassilgo” que você pode ler clicando aqui , eleva a narrativa a um outro patamar principalmente por extrair atuações realmente impressionantes de Andrew Garfield e Florence Pugh, com evidente destaque para o primeiro que atinge um ápice emocional que arrasta e contagia o espectador. Não é à toa que o considero o melhor e maior ator de sua geração.

#TodoOTempoQueTemos nos oferta uma visão crua, delicada e pungente das lutas dentro de um relacionamento quando um dos parceiros adoece gravemente capturando - sem apelações-     a fragilidade, a beleza e a resiliência do amor diante das agruras da vida real e da crueza do destino contando-nos, sem pressa, e dentro de um ritmo tão íntimo e familiar que é como se estivéssemos observando a vida de um casal vizinho e vivenciando juntamente com eles suas alegrias, esperanças alegrias e decepções.


Lindamente trabalhada, essa estória de amor genuíno e perda anunciada ancorada no realismo que estreou no Festival de Toronto terá uma passagem rápida pelos cinemas brasileiros e, infelizmente, ainda sem previsão para alguma plataforma, mas é tão sensível e emocionalmente bem contado que merece ser visto tão logo possível.

OBS: Tem uma cena de parto que entra para a antologia cinematográfica de tão inédita, impactante, tensa e emocionante de todos os tempos.




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