Adaptado do best-seller homônimo, #OsSegredosdoUniversoporAristóteleseDante, é um outro (e nunca são demais) filme independente sobre as dúvidas, conflitos internos e descobertas da adolescência que, apesar de seus clichês de gênero, se diferencia por sua sensibilidade e, principalmente, por sua sutileza na abordagem ainda que transite pelo realismo.
Centrado e fielmente retratado no verão de 1980 em El Passo, México, o quase perfeito roteiro (sim, tem algumas falhas até para leigos), mostra-nos o nascimento e o desenvolvimento de uma forte amizade entre dois jovens com personalidades e comportamentos radicalmente diferentes que, juntos, começam, cada um a sua maneira, a desbravar e questionar os segredos universais da vida de cada um e de suas emoções.
A opção pela narração em off feita pelo protagonista e das cartas trocadas entre os amigos em muito favorece o desenvolvimento da trama onde podemos ir juntando reações, fatos e atitudes que vão, anda que dubiamente, nos conduzindo para o cerne da questão, onde o não dito e o nunca dito duelam até a chegada de uma delicada cena final.
Por certo há um contexto regional bastante marcante que gera dúvidas nos personagens principais, entretanto a direção prefere não se aprofundar em nada mais que a relação amigavelmente afetiva dos dois jovens enfrentando preconceitos e trabalhar a questão da homossexualidade de maneira muito sutil, mas não menos poética.
O trabalho de câmera e fotografia é competente, os jovens atores cumprem o esperado colocando mais camadas na narrativa e a trilha sonora acompanha bem e sem interferir na evolução da estória.
Longe de ser perfeito, eis um trabalho que ao mostrar de forma contundente (e até inesperada), o apoio e a orientação familiar, merece ser vistos por todos os pais muito mais que pelo público juvenil ao qual a obra se destina, mas que cativa todos os públicos pelo toque singelo e muito leve ainda que pincelado de dramáticas realidades.
