O Último Azul – Brasil- 2025
- Cardoso Júnior

- há 15 horas
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Análise 1.794

Vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim 2025, o filme de Gabriel Mascaro situa-se em uma distópica Amazônia onde o Estado obriga os idosos a se retirarem de suas vidas produtivas e pessoais para irem viver, forçadamente, em uma colônia só para eles.

Essa premissa, aparentemente, pode soar como ingênua, no entanto O Último Azul é uma verdadeira viagem de auto descoberta, cheia de fantasia, rebelião contra o sistema dentro de uma narrativa na qual a protagonista com 77 anos, ainda quer viver livre e se permitir novas experiências a despeito dos enormes obstáculos que estão em seu caminho de fuga tão repleto de incertezas quanto de possibilidades.

Com atmosfera de fábula onde o lirismo se mistura a pobreza a montagem, repleta de símbolos, cores e sonidos faz um pertinente amalgama com os rios da Amazônia mantendo um tom de mistério que desperta, inapelavelmente a curiosidade do público pela incerta jornada da protagonista em uma interessante mistura entre repressão e transgressão culminando em auto reinvenção.

Com atuação potente da veterana Denise Weinberg e participação de Rodrigo Santoro, eis um filme curioso, inteligente e inovador ao romper preconceitos etários permitindo que a velhice tenha voz e vontade férrea pela vida, seus sonhos e ainda pulsantes desejos independente de quantos curvas sejam necessárias para se atingir os sonhos. Com uma fotografia que não só captura como realça a beleza e melancolia de cenários naturais e trilha sonora que pontua bem o realismo mágico das cenas bem como se, metaforicamente, nos mostra que é possível prever o futuro, deixa claro que é perfeitamente possível construí-lo.
Distópico dentro da realidade, eis um trabalho que merece toda atenção.

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