Analise 1.713
Exibido pela primeira vez durante o Festival de Cinema de Cannes, onde foi aplaudido por diversos minutos, o filme O Aprendiz do diretor iraniano dinamarquês Ali Abbasi (não conhecido por sua sutileza) , mostra os anos formativos de Donald Trump, o empreendedor do ramo imobiliário que chegou à presidência dos Estados Unidos.
De forma não exatamente lisonjeira e situado nos anos 1970 e 1980 mostra como ele aprendeu sua ética e estratégias de negócio com seu advogado conhecido por táticas ilícitas, manipulatórias e agressivas que se baseavam em três regras: Nº 1: atacar, atacar, atacar. Nº 2: não admitir nada, negar tudo. Nº 3: sempre reivindicar a vitória e nunca admitir derrota.
Pegando emprestado o nome do reality show protagonizado por Trump, (que não entra na história), o filme beira uma tragicomédia matreira, sombria, mas divertida que apresenta a ascensão financeira de seu personagem e os valores morais que a embasaram desde quando o “aprendiz” supera, humilha e descarta seu mentor.
Dividido quase que em dois capítulos, sendo que o primeiro se desenrola nos anos 70 na fase aprendiz e o segundo já nos anos 80 quando o “aluno” atinge seu ápice em manipulação, amoralidade, corrupção, ganância e fortuna (inclusive no seio familiar), que moldaram o homem que conhecemos hoje.
Entretanto, o roteiro equilibra muito bem a questão de não colocar o personagem como herói e nem vilão o que o torna bastante assistível independente da corrente política de cada espectador que poderá acha-lo lisonjeiro para com o “homem” ou, até mesmo, detrator para ele.
Com atuações mais que interessantes do elenco principal e, em um formato de filme de TV dos anos 1980, #OAPrendiz - mesmo sofrendo inúmeros processos por parte de Donald Trump que tenta impedir sua comercialização – é, sem dúvida, uma boa pedida por lidar com o que já sabemos, supúnhamos, imaginamos, ouvimos falar e, ou, constatamos dentro da realidade ou ficção.
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