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  • Foto do escritorCardoso Júnior

O Abecedário da Proibição de Livros – EUA – 2023


Indicado ao Oscar 2024 na categoria de Melhor Documentário em Curta Metragem, com apenas 27 minutos, provoca uma confusa e unilateral narrativa. A produção da MTV Documejtary, abre com a informação que mais de 2.000 livros foram proibidos nas escolas da Flórida e mais 37 estados, e retirados de suas bibliotecas indo para um banimento que atingiu milhões de estudantes do fundamental ao médio.

 

Logo em seguida, a legenda avisa: “As vozes daqueles que apoiam a proibição de livros foram ouvidas”. “Este filme apresenta as vozes daqueles que não foram ouvidos… as crianças.” Então, a produção insere uma série de depoimentos de crianças, em sua maioria na faixa doa 10 anos intercaladas com outras entrevistas, alguns clipes de notícias incluindo algum material de arquivo, tudo muito rápido, de maneira que a capa de vários livros e algumas citações inclusas neles, induzem o espectador a pensar que não eram motivo para banimento.


O depoimento das crianças (ensaiadas ou não?) busca trazer simpatia para a causa e, por duas vezes compara tal ação aos nazistas trazendo uma enorme comoção e indignação para a questão em pauta. A narrativa coloca em questão porque livros como: O Hobbit, Anne Frank, O Caçador de Pipas”, Matadouro Cinco, O Conto da Aia, e muitos outros com temáticas LGBT e antirracistas sem nunca apresentar uma explicação, uma voz, uma entrevista sequer sobre o porquê de tais restrições. Nada!


A maioria dos livros apresentados são por nós brasileiros desconhecidos e o espectador não pode avaliar seus conteúdos para fazer nenhum juízo de valor.

Pessoalmente tenho certeza que “O Conto da Aia” não seja apropriado para nenhuma criança nessa faixa etária e concordo que não esteja nas bibliotecas escolares.



O que causa grande estranheza nesse “documentário” é que ele só documenta um lado da questão sem, em momento algum apresentar um outro lado. O lado dos professores e conselhos de classe que os retiraram da circulação escolar embora possam ser facilmente encontrados e comprados nas livrarias e até online, ou seja, estão disponíveis sim e facilmente ficando a cargo dos pais saberem se seus filhos já alcançaram uma idade para conhecê-los.

 

Seja como for, #TheABCsofBookBanning me soou tremendamente tendencioso ao comparar a queima de livros pelos nazistas com uma simples adequação de idades, o famoso “Não recomendado para menores de....” configurando-se num trabalho desvairado dentro da categoria e desprovido de análise realística por conta dos cineastas.




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