Frankenstein- EUA- 2025
- Cardoso Júnior

- 13 de nov.
- 2 min de leitura
Analise 1.782

Lançado no Festival de Cinema de Veneza 2025, Guillermo del Toro joga sua luz pessoal sobre um clássico misturando um pouco de terror com aventura, pitadas de ficção científica e uma potente dose de drama criando um longa desmedidamente belo ao escrever e dirigir sua, e só sua, nova ótica do romance de Mary Shelley, tornando-a – mesmo com algumas versões - a definitiva, muito por conta da delicada, sensível e até melancólica figura do monstro.

O épico romance sobre cientista e monstro nos chega com o estilo visual inconfundível de Del Toro com imagens lindíssimas, figurinos apuradíssimos, design de produção e arte impecáveis, respeitando o material de origem enquanto, discretamente, se afasta da vibe de terror em seu roteiro, ainda que mantenha o gótico e o sóbrio em suas paletas.

O empenho certeiro de Guillermo del Toro é tão impressionante e majestoso principalmente pela audácia de se desfazer da computação gráfica quase por completo focando em efeitos práticos que deslumbram o espectador captando-o para dentro da obra pelas mãos da empatia ao se permitir mudar a narrativa para a comovente versão da criatura retomando ao livro que trata sobre a tragédia e as consequências do ser humano se sentir Deus.

O que se segue, é história conhecida por todos, mas sempre com um toque gigantesco de suntuosidade visual e, se no início deparamos com um monstro aterrorizante, o roteiro vai transformando-o em um ser em profunda dor e tristeza gerada pelo abandono e condenada a uma vida tão infinita quanto vazia de sentido e condenada a viver, para sempre, a margem da vida e da sociedade.

Sim, Frankenstein continua sendo uma história profundamente macabra com grandes atuações e dois atores – Mia Goth e Christoph Waltz- mal aproveitados, mas a questão fulcral da obra sobre quem é o monstro, ao final, fica a cargo do espectador, dentro de um filme que nos assombra, deslumbra, abala e comove.

TRAILER




Comentários