![](https://static.wixstatic.com/media/794946_c2a2409cd269493ea07963027e381ecd~mv2.png/v1/fill/w_67,h_34,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/794946_c2a2409cd269493ea07963027e381ecd~mv2.png)
A produção da Netflix, baseada no livro homônimo, dirigida e roteirizada por Charlie Kaufman, é um somatório de seus trabalhos anteriores e, portanto, é sempre bom conhece-los para, na melhor das hipóteses, saber se esse é o tipo de cinema que te agrada antes de se aventurar na sua mais “confusa” e última produção.
![](https://static.wixstatic.com/media/794946_65967f11990a4e05ad63c780d94aebd7~mv2.png/v1/fill/w_49,h_37,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/794946_65967f11990a4e05ad63c780d94aebd7~mv2.png)
Então, se você curtiu o roteiro de “Quero ser John Malkovich” (pra citar só um), e o plot onde tudo se passa dentro da...., pois é, lá mesmo, há muitas chances de você gostar do gênero onde o narrativo é um labirinto e acompanhar sem muitos espantos o lento desenvolvimento deste que, ainda, apresenta apenas quatro cenários, quatro personagens principais e muito diálogos quase incessantes.
![](https://static.wixstatic.com/media/794946_f629da1618eb4817ac476a799ecef45f~mv2.png/v1/fill/w_49,h_37,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/794946_f629da1618eb4817ac476a799ecef45f~mv2.png)
Não li o livro em questão e, penso, que nenhum filme deveria necessariamente exigir isso dos expectadores para que entendam a adaptação, mas fato é que a natureza simbólica, repleta de metáforas sobre um dia corriqueiro de um casal durante uma viagem foi me prendendo também pelo enquadramento “quadrado”, a metalinguagem que logo salta aos olhos e a lenta formatação do thriller psicológico a partir da interiorização da protagonista, a ótima Jessie Buckley (Chernobyl), e da utilização da memória como linha surrealista e condutora da trama.
![](https://static.wixstatic.com/media/794946_51a0a55cd6354ac69129a7bfc95ee10c~mv2.png/v1/fill/w_49,h_37,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/794946_51a0a55cd6354ac69129a7bfc95ee10c~mv2.png)
Por certo, essas questões sobre identidade e relações humanas não são facilmente perceptíveis durante o desenrolar do roteiro, mas só após o término e depois de algumas ou muitas reflexões uma vez que, ligados no desenvolvimento, ficamos como indefesos observadores de um grande jogo entre dúvidas versus suposições. E que jogo!
![](https://static.wixstatic.com/media/794946_08103df39c3f47bcbe87199333edc907~mv2.png/v1/fill/w_49,h_37,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/794946_08103df39c3f47bcbe87199333edc907~mv2.png)
Tecnicamente, a primorosa montagem, os cortes abruptos, o trabalho de câmera alternando entre zooms in e out, e a fotografia intimista, vão provocando grande incômodo (o mesmo de “Anomalisa”), enquanto vamos percebendo o fantástico duelo entre fantasia, teatro e vida real que fazem parte do quebra-cabeças montado por Kaufman com direito a um show de direção de arte, maquiagem e adereços.
![](https://static.wixstatic.com/media/794946_cac6542dfe1a41eba747deebabdccf30~mv2.png/v1/fill/w_49,h_37,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/794946_cac6542dfe1a41eba747deebabdccf30~mv2.png)
Assim, #ImThinkingofEndingThings, que certamente aparecerá na temporada de premiações, é um trabalho que levanta temas interartes e arrebanha muitas questões e que se encerra deixando enormidade de perguntas na mente do espectador que poderá tanto amá-lo quanto detestá-lo.
![](https://static.wixstatic.com/media/794946_2359e8d133014673a97a21eca87ce3ab~mv2.png/v1/fill/w_49,h_6,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/794946_2359e8d133014673a97a21eca87ce3ab~mv2.png)
TRAILER
Ps: Disponível na plataforma.