Ema, escrito por Guillermo Calderón, Pablo Larraín e Alejandro Moreno, encontra Ema, casada com Gastón, em busca de reaver seu filho adotado que havia devolvido ao equivalente chileno de conselho tutelar, embarcando em jogos de sedução, para alcançar o seu objetivo. Afastando-se de sua espinha dorsal, o filme abraça as questões de diversidade sexual, de gênero, e de famílias, desconstruindo o corrente, e propondo um novo. Essa fluidez de conceitos de sexualidade, família e gênero, não agride e funciona, parcialmente, já que a personalidade um tanto psicopata de Ema, preveniria qualquer um de se engajar no desfecho proposto. A proposta é interessante, para suscitar discussões necessárias, já que esses temas ainda carecem de debates entre todos segmentos da sociedade, e que propostas unilaterais parecem não ter aceitação representativa e são motivos de conflitos entre os representantes de diversos segmentos.
A direção de Pablo Larraín é funcional, especialmente nas cenas coreografadas, deixando a desejar nos enquadramentos das outras.
Gael García Bernal, o nome forte no elenco, faz jus a esse, em atuação delicada e diferenciada, Mariana Di Girolamo, muito bem, ilumina com justeza as diferentes facetas de Ema, Paola Giannini dá muita credibilidade a personagem mal escrita, em bela atuação, Santiago Cabrera faz um bom trabalho em personagem na sua zona de conforto e o elenco coadjuvante é interessante. A fotografia, belíssima, é o grande destaque entre os quesitos técnicos, mas a música é muito boa, os figurinos muito bem elaborados e a edição competente.
#Ema, um filme diferenciado, com estória incomum e progressista, mas que não extrapola limites, apesar de um desfecho um tanto inverossímil, corroborado, propositadamente, pelo suspense adicionado na última cena. Vale assistir.
Comments