Com os mesmos produtores do indicado ao Oscar 2022, “A Pior Pessoa do Mundo” (Análise nº 1.551) nos chega esse trabalho, essa comédia dramática extrema de humor negro sobre dinâmicas de relacionamentos que descamba para um interessantíssimo estudo de personagem onde a necessidade de atenção em um mundo conectado e repleto de likes e sucessos retumbantes, na maioria perenes, instiga a necessidade patológica de, de alguma forma, também fazer sucesso, atingir a fama como ponte para se sentir amado.
Num cenário psicológico sem limites, onde toda e qualquer mentira é válida desde que a atenção se volte para a protagonista, ela faz várias tentativas transloucadas para ser o centro das conversas e das atenções até entrar numa espiral insana de autodestruição em busca de chamar a atenção pelo choque, pela doença e pelo grotesco. E chama!
Em seus 100 minutos de #sickofmyself o roteiro faz um alerta sobre os perigos das redes sociais sem cita-las diretamente preferindo a mídia tradicional para ampliar e documentar a fragilidade humana em busca da autopromoção/exploração e os perigos inomináveis que podem causar em mentes propensas a demência enquanto a câmera sempre nos coloca na posição de voyeur de uma espiral de horrores com direito a delírios e fantasias de escapismos egóicos.
#Doentedemimmesmo é uma sátira muito bem construída e muito perturbadora, tornando-se um filme sobre um monstro que ataca a si mesmo apenas para manipular o emocional do mundo ao seu redor.
E, sim, é um dos filmes mais emocionantes e emocional deste ano até o momento..
