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Foto do escritorCardoso Júnior

Capone - EUA – 2020


Quem gosta de acompanhar histórias ou estórias sobre pessoas em acelerada decadência física e mental? Alguém se apraz em assistir a decrepitude, a senilidade e as consequentes escatologias inerentes a essas fases ? Difícil!

Ok, “Amor” do Michael Haneke, fez isso em 2012, porém envolvido numa aura amorosa, conjugal e até romântica. Pois bem, o diretor e roteirista Josh Trank (Quarteto Fantástico), teve uma ideia diferente ( visto que o cinema já abordou Al Caponne de todos os ângulos) e, resolveu “punir” o mafioso diante de nossos olhos na retratação do que, a sua imaginação, quis supor ter sido o final de vida da personagem, numa clara demonstração que tentativas de originalidades nem sempre resultam em bom gosto cinematográfico.

Assim, fundindo gêneros que vão do “filme de gangster”, misturado com terror psicológico e alucinatórios, a grotesca narrativa praticamente encerrada dentro de uma casa, passa a depender exclusivamente do talento de Tom Hardy (e da pesada maquiagem), para que o expectador embarque não só na estória como também num pretenso estudo de personagem que carece do amparo de falas, sejam elas reforçadas por monólogos ou diálogos.

Que ninguém espere algo do tipo Os Bons Companheiros, O Poderoso Chefão” ou mesmo Scarface embora, lamentavelmente, direção e roteiro apostem numa cena grotesca no jardim da mansão que remeta a esse último e, com evidentes descomedimentos em toda concepção fílmica, ficaria difícil Hardy, em sua performance de sons guturais, não oscilar entre o convincente e o “over acting” comprometendo a imersão na conturbada mente de sua fictícia personagem dificultada também pelo comprometimento do ritmo narrativo prejudicado pela inserção de subtrama pouco atrativa.

Enfim, #Capone, com sua aposta no escalafobético, feio e repulsivo, é um obscuro e sinistro equívoco de versão cinematográfica.


Ps1; Disponível em VOD



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