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Foto do escritorCardoso Júnior

Caminhos Cruzados- Suécia – 2024

Analise 1.692

Levan Akin é o mesmo diretor de E Então Nós Dançamos que pode ser lido clicando aqui, representante oficial da Suécia no Oscar 2019 e que, agora em seu terceiro e ótimo filme apresenta uma obra muito bem realizada sobre os inúmeros graus de separações que dividem, separam e afastam os seres humanos, sejam eles as barreiras linguísticas, os incontáveis preconceitos de gênero, étnicos, classes e gerações.

Com um plot simples que reúne três pessoas completamente desconhecidas e díspares em busca de uma real ou hipotética quarta pessoa, o sólido roteiro nos leva por uma tortuosa travessia e viagem da Geórgia para a Turquia, centrando-se em Istambul, configurando, já no início, a difícil e áspera dinâmica entre os personagens ao longo de uma jornada repleta de dificuldades que, a genialidade da direção evita configurar em trágica.


Com o trunfo de uma abordagem realista que não exclui a intensa dramaticidade, mas a dilui com momentos quase cômicos, Akin apresenta-nos as realidades – e os seres - dos bairros menos abastados de uma Istambul multifacetada a medida que nossos personagens a cortam em várias direções sempre em busca da sobrinha desaparecida, apostando na generosidade entre aqueles que muito pouco tem com os que nada possuem em um belíssimo e comovente exercício de empatia.


E é com essa visão otimista sobre os seres humanos através de uma genuína união entre os estigmatizados pela sorte e os esperançosos que vemos os estabelecimentos de uniões despretensiosas explicitados em momentos pungentes que nunca se tornam piegas numa perfeita, profunda e bem construída criação e desenvolvimento de personagens.

E sim, evito descrevê-los para não roubar do espectador o prazer de conhece-los.

Ainda que seja um “road movie”, com a características dos melodramas, o roteiro surpreende-nos por sua capacidade de foco nas experiencias adquiridas na jornada o que acaba evitando os clichês muito por expor questões de gênero e os respectivos preconceitos em um país mais que conservador, ampliando o lado melhor das pessoas numa bela lição de tolerância, mas nunca de condescendência.     

Com interpretações muito bem dosadas que nunca buscam as grandiloquências, mas a sobriedade das profundas camadas e nuances dos semblantes através de destras e dúbias expressões, #CaminhosCruzados, sem abrir mão de um potente drama, resulta num dos filmes mais sensíveis e ternos de 2024.




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1 Comment


Guest
Sep 07

Boaaaa

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