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  • Foto do escritorFábio Ruiz

Blanco en Blanco — Chile— 2021


#WhiteOnWhite, representante do Chile ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, é uma fábula de mistério que exemplifica o processo de colonização, escravização e exploração em uma terra desconhecida, sob o olhar de um fotógrafo, contratado para registrar o casamento de um poderoso líder, que nunca aparece. O texto, apesar de registrado por belas imagens, que constroem a espinha dorsal, um tanto fantástica, aborda diversos ângulos desse processo civilizatório e de desumanização, mas o título entrega vieses de que se trata de um processo exclusivo de brancos, especificamente de americanos ou britânicos, passado a limpo, quando se sabe que diversos povos escravizaram outros, inclusive os negros, na África, escravizavam os de outras tribos e os vendiam como escravos no litoral para o homem branco, desconstruindo essa narrativa.

A direção é ótima, com enquadramentos e distanciamentos que valorizam o ambiente e a trama, e com ótima condução de atores. Alfredo Castro segura o filme com uma interpretação ímpar. A fotografia é belíssima, quase em preto e branco, a música, cenários, figurinos e edição, excelentes.

#BlancoEnBlanco, apesar de narrar uma estória interessante e cruel acerca do processo civilizatório, perde um pouco por seu título, que carrega vieses que a própria história desconstrói, mas atende a agenda de demonizar os homens brancos. Vale muito assistir.



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