A Longa Marcha – EUA-2025
- Cardoso Júnior

- há 7 horas
- 2 min de leitura
Analise 1.773

Este é o tipo que caracteriza perfeitamente a diferença entre cinema e entretenimento por ficar explicitamente nessa última qualificação, pois quando é cinema de verdade, os anos podem passar e você sempre se lembrará do filme, nem que seja por alguns fragmentos e sempre bate a vontade de rever. Já os entretenimentos, o escapismo apenas distrativos de um trabalho começam a serem esquecidos na subida dos créditos e jamais resistem ao tempo ou se aloja na memória de curto ou médio prazo.

Partindo do primeiro livro escrito pelo famoso Stephen King quando ele tinha apenas 19 anos, A Longa Marcha, dirigido pelo também conhecido Francis Lawrence (Jogos Vorazes), popular por sua predileção em temas sobre adolescentes envolvidos em jogos distópicos para entretenimento de sociedades imaginárias, sem dúvida é um tema difícil de dramatizar efetivamente.

E, neste caso, o roteiro não ajuda muito, pois além dos planos cênicos mediamente interessantes, a grande parte da ação se desenrola basicamente sobre jovens andando em longas estradas rurais de um país empobrecido o que o torna, no desenvolvimento – apesar da coerência com o estilo de King - bastante desinteressante.

Okay que existem alguns sustos (já que o estilo é terror) mas depois do inicial eles perdem o impacto porque o espectador que não é burro, sabe desde o primeiro que muitos outros acontecerão, apenas diferenciados na forma e no grau de violência e, talvez por isso mesmo, o roteiro invista na relação entre os jovens e no poder ou força da amizade que surge entre dois deles enchendo a narrativa de vários diálogos, confissões e ações bem pouco interessantes, perdendo, inclusive, a criação de subtramas com algum potencial mais impactante reforçando a magreza do roteiro.

Com boas atuações, só resta mesmo relaxar e acompanhar os jovens lutando contra o sono, a fome, a exaustão, as necessidades fisiológicas e as intempéries do caminho em busca de um prêmio, no final, destituído de qualquer peso emocional.

Lá no fundo, bem no fundo, há uma crítica sobre o recrutamento de jovens destinados a morrerem por conta de ordens de militares que passam muito bem, obrigado, mas é muito rasa e pouco explorada essa premissa tendo em vista tantas limitações narrativas tornando-se cansativo, repetitivo e despido de emoções que o justifiquem fazendo com que, depois de tanto empenho físico, o que resta mesmo é o tédio.

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