top of page
logo.png
  • Foto do escritorAcademia de Cinema

Mindhunter- EUA- 1ª e 2ª Temporada.

Atualizado: 9 de ago. de 2020


Ambientada nos anos 70, os diversos casos de assassinatos em série que assolaram os EUA nos são apresentados em meio a entrevistas conduzidas pela equipe do FBI. O roteiro é baseado em fatos reais, o que ajudou a compor o suspense e atrair o público. As atuações minimalistas fazem com que o centro seja o roteiro e não as performances, muito bem controladas pelo diretor. O aspecto psicológico é muito bem abordado, seja dos casos como BTK, Ed Kemper e Charles Manson, seja dos componentes da equipe do FBI. Seus desequilíbrios, ansiedades, vulnerabilidades, está tudo ali.


A primeira temporada foi lenta e silenciosa nos episódios iniciais. Isso poderia ter afastado o espectador. Aqueles que procuraram uma série de ação podem ter se decepcionado. Mas quem seguiu adiante, o fez porque desde o início, a direção perspicaz de David Fincher nos ofereceu uma trilha de migalhas em forma de casos policiais perturbadores para ambientar um sutil thriller psicológico e deixar o público curioso. Talvez a apresentação dos personagens tenha demorado o desenrolar da trama e isso deu esse ar lento e pesado da primeira metade da temporada. Contudo, do meio para frente, os casos e personagens já nos pegaram pelo pulso e a aposta de mostrar como a equipe formada por Bill (HoltMcCallany), Wendy (Anna Torv) e Holden (Jonathan Groff) começou a categorizar os tipos de serial killers, funciona muito bem.


Holden (Jonathan Groff) é o personagem mais explorado na 1ª temporada. É um gênio arrogante, compulsivo e ansioso que está disposto a extrapolar os limites éticos e também de sua saúde emocional, para explorar esse novo campo de investigação e entrevistar Manson.Tudo mais é acessório. O desfecho traz o tom que será explorado na 2ª temporada, ao ver um Holden em pedaços, uma Wendy insegura e um Bill procurando conforto e controle. Demoraram mais de 02 anos para liberara 2ª temporada. Mas ficou tão bem afeito que realmente compensou. A direção corrigiu o timing desequilibrado no desenrolar da primeira temporada e o resultado é brilhante. Com a solução de casos na 1ª temporada, houve reconhecimento social e prestígio dentro do FBI. A unidade foi ampliada, com direito a salinha nova e tudo. Desta vez temos um Holden atormentado, tendo que ser controlado para o seu próprio bem e também o da unidade. Claramente houve uma inversão na condição de acessórios de Wendy e Bill. Isso deixou a série ainda mais interessante além de ampliar a trama.


Assistimos Wendy e Bill se aproximarem e o desenvolvimento de suas vidas pessoais, enquanto Holden se recompõe. Wendy explora mais a relação da sua sexualidade e sua posição profissional. É possível questionar se isso ficou solto no roteiro, porém a genialidade da trama está em não apenas abordar os perfis psicológicos dos casos, mas observar devassa emocional que acontece na equipe ao lidar com casos tão violentos. Como a unidade é nova, não havia protocolo preventivo, é tudo experimental. Ou seja, mesmo a bagunça na vida afetiva dos personagens, se relaciona com a construção da unidade. Isso deverá ser explorado nas temporadas seguintes. O assassino das crianças de Atlanta coloca um drive de tensão racial e contribui para explorar o desarrancho afetivo de Bill.O caso de BTK continua sendo apresentado em conta-gotas. Ele evolui seu método e o desenlace da trama nos leva a crer que será o crime-desfecho da série, mostrando gás para mais temporadas. Finalmente Mason é entrevistado. Quem brilha na cena é Bill e não Holden, como esperávamos. E isso foi ótimo porque surpreendeu. Simplesmente imperdível para quem gosta de suspense, drama e psicologia.

TRAILER

bottom of page