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Foto do escritorFábio Ruiz

A Grande Dama do Cinema – Argentina – 2019

Atualizado: 18 de ago. de 2020


#AGrandeDamadoCinema é uma grande farsa, tanto no gênero, quanto no conteúdo, que, repleto de metáforas, trata de diversas questões além da simples narrativa, que encontra Mara, seu marido, Pedro, Norberto e Martin, todos, artistas na terceira idade e um tanto decadentes, em um palacete campestre, quando Francisco e Bárbara aparecem fortuitamente com objetivos escusos.

O roteiro de Juan José Campanella e Darren Kloomok é perspicaz, repleto de diálogos afiados e ritmados, que constroem jogos de gatos e ratos entre o quarteto idoso, ou parte desse, e os jovens Francisco e Bárbara, para alcançarem seus diferentes e conflitantes objetivos. Desconsiderando as metáforas, a linha dorsal é uma grande farsa, interessante e engraçada, que cria conflitos dissimulados e hilários, entre os diferentes grupos, que se elevam até o clímax e conclusão, tornando-se mais e mais engraçados, conforme as tensões se elevam. Contudo, há diversas metáforas no texto, com as quais os autores defendem as suas ideias, como o embate entre o capitalismo selvagem e as virtuosas artes, que são constantemente ameaçadas pelo sistema, e as sempre oportunas dicotomias do novo versus o antigo, do jovem versus o idoso, da estamina versus a experiência. Não à toa, Mara, Pedro, Norberto e Martin são artistas, atriz, ex-ator e artista plástico, diretor e roteirista, respectivamente, e Nicolás e Clara são empresários do ramo imobiliário, e os primeiros são velhos, enquanto os últimos, jovens. Juan e Darren também usam, com muita oportunidade, a metalinguagem desde o início do filme, quando Martin, o escritor, descreve quando se apresentam os vilões na dramaturgia, enquanto vê-se chegar o carro com Francisco e Bárbara, já Norberto, o diretor, brinca com transições entre cenas, quando narra o “fade to black” que vemos acontecer na tela, entre outros.

A direção de Juan José Campanella, vencedor do Oscar com O Segredo de Seus Olhos, é excelente, com belos movimentos de câmera e tomadas, contudo falha, ocasionalmente, na temporização de diálogos afiados que perdem organicidade. Oscar Martínez entrega a melhor atuação em um ótimo elenco, e Clara Lago, como Bárbara, também se destaca. Fotografia, arte e edição são excelentes, e música e som contribuem demais com o tom farsesco. A Grande Dama do Cinema , uma comédia com uma simples trama que carrega muitas metáforas que tratam de temas relevantes da contemporaneidade, e a tradução inoportuna de El Cuento de las Comadrejas. Vale assistir. Em cartaz. #Fênix #FênixFilmes #FênixDistribuidoraDeFilmes#ElCuentoDeLasComadrejas

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