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  • Foto do escritorFábio Ruiz

Tolkien – USA – 2019

Atualizado: 8 de ago. de 2020


Tolkien, apesar do nome, não é uma cinebiografia do escritor, mas versa sobre a construção de seu imaginário, que permeia diversas fases de sua vida. O roteiro, sabiamente, para descaracterizar a biografia, quebra por diversas vezes a linearidade, partindo da protagonista no front na Primeira Guerra Mundial, e faz diversos deslocamentos ao passado e por esse, para narrar essa história.

O roteiro de David Gleeson e Stephen Beresford imprime um ritmo muito bom durante a primeira metade do filme, perdendo a mão desse na segunda, deixando-o cair e se tornando um tanto maçante, mas não menos interessante, pois é instigante identificar os diversos elementos do universo Tolkiano ilustrados na narrativa, e os relacionando a fatos da sua vida; também, discorre sobre a formação acadêmica do escritor, sua paixão por línguas, suas amizades e sua vida amorosa. Ao longo da projeção pode-se perceber os dragões, os elfos, a sociedade do anel, o pântano dos mortos, entre outros elementos de sua mitologia.

Nicolas Hoult cria, com bastante solidez, mas sem brilhantismo, a sua personagem. Já Lily Collins tem mais dificuldades com a sua, não a diferenciando da grande maioria de outras, excetuando, talvez, a de Regras Não Se Aplicam. O elenco coadjuvante é bom, destaques para Patrick Gibson, Anthony Boyle e Tom Glynn-Carney, os integrantes de sua sociedade, da vida real, no final de suas adolescências. A direção do um tanto desconhecido Dome Karukoski é instigante, especialmente, nas interações entre o imaginário e a realidade, e implementa, com propriedade, as transições temporais que poderiam facilmente fazer um espectador menos atento perder-se no fio condutor. Fotografia e edição são ótimas, vide as transições fantasia-realidade; a arte é excelente; e a música se conecta muito bem ao enredo.

A interessante narrativa da criação do imaginário de Tolkien, em uma viagem por sua vida, sem fazer dessa sua biografia, é o que traz o instigante filme que leva o seu nome. Vale a ida ao cinema.

Em cartaz.

TRAILER

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