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  • Foto do escritorCardoso Júnior

The Act – EUA-2019

Atualizado: 8 de ago. de 2020


A produção do Hulu que estreou nos EUA em 20 de março com apenas oito episódios de uma hora cada, segue os passos da já consagrada série “American crime story” do canal FX, inaugurando outra antologia criminal que certamente marcará uma época na TV. A primeira temporada que parte de uma bizarra história verídica que ganhou os noticiários em 2015, navega nas águas de dois documentários –“Gypsy’s revenge” e “Mommy Dead and Dearest”, #TheAct e é assustadora, contagiante e singular em vários níveis.


Por certo, “Objetos Cortantes”, 2018 (análise nº), também focou na síndrome de Munchausen por procuração, mas ao destrinchar a relação entre mãe e filha – ainda que algumas cenas sejam ficcionais -, nada pode ser mais sombrio e angustiante – e, ainda assim, o espectador é tomado como refém, pois torna-se inevitável acompanhar a evolução e a sinergia de um amor tão doentio e insano que, por mais incrível que pareça, a olhos leigos, era visto como normal e abnegado por anos a fio.


Com roteiro cirúrgico a cargo de Nick Antosca (Hannibal,) que inteligentemente entrega o final já na cena de abertura, os episódios seguem em ritmo perfeito perturbando-nos com questões como: O quanto a necessidade de amor nos deixa vulneráveis a manipulação de terceiros e a tênue linha que separa a proteção maternal da dominação abusiva, sempre através de cenas credíveis mesmo numa história de terror que, a cada episódio, aumenta não só a indignação do expectador como também a densa atmosfera de mistério fazendo com que você precise, inexoravelmente, entender ou elucidar as loucuras. Brilhante!


Com personagens bastante complexas, inclusive no elenco de apoio, e caracterizações impressionantes, a câmera de Steven Piet passeia pelas entranhas da casa rosa focando objetos cênicos belos ou “fofos” que na continuidade – conjurando juntos com a trama- vão ganhando ares sinistros por conta de uma acertada paleta de cores enquanto, “anestesiados”, acompanhamos uma gradual, mas notável transformação comportamental na protagonista, que nos confunde, assombra e atordoa sobre quem realmente comanda a trama.


Mesmo as variações na linha do tempo das personagens surgem não como recurso explicativo ou justificativo como almejamos, mas estão lá para reforçar os mistérios e os por quês com mais e mais conflitos alavancando a narrativa para as raias do surreal. E, mesmo com todos esses macabros e muitos ingredientes, o que impressiona de verdade são as memoráveis interpretações de Joey King, Patricia Arquette e Calum Wothy. Brilham!

Assim, “The Act”, que ousou recontar uma história conhecida com tamanha originalidade e poderosíssimo elenco, já conquistou lugar de honra no Globo de Ouro e no Emmy Awards juntamente com esse trio de atores que você nunca mais esquecerá.

Bravos #Hulu !!!


Ps: Infelizmente ainda sem previsão de estreia no Brasil.

TRAILER

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