O indicado ao prêmio "Un Certain Regard" em Cannes 2018, candidato da Argentina no Oscar 2019 que arrecadou cerca de US$ 1,9 milhões em sua estréia na Argentina, é a história verídica do belo adolescente que se tornou ladrão contumaz e depois um serial killer na década de setenta, em Buenos Aires. Eis um trabalho intrigante.
O que levaria um belo menino que roubava para presentear os amigos, oriundo de família amorosa e estruturada da classe média a se transformar num assassino insensível e brutal? O que o alçaria de pequenos e “inocentes” furtos a assaltos milionários seguidos por onze assassinatos brutais? É com esse plot que o diretor Luis Ortega tendo como produtor Pedro Almodóvar, conta-nos essa história utilizando-se dessa incógnita para aguçar a curiosidade do expectador prendendo-o ao longo de quase duas horas. E isso é um grande risco.
#TheAngel nos conta a cine-bio do protagonista através de sua jornada passando por descobertas, amor, roubos e crimes trazendo consigo uma detalhada e minimalista reconstituição de época em vários cenários internos e externos, captados por uma câmera que trabalha com planos bem simples, enquanto registra rapidamente imagens com significados diversos que buscam fornecer pistas sobre os mistérios de uma personalidade doentia ampliada pela montagem ágil que se aproxima de um thriller enquanto a trilha sonora (repleta de mensagens), invasiva em muitos momentos, amplifica a sensação de perigo eminente no público ainda que o contexto geral recorra a vários clichês.
Há que se destacar as ótimas interpretações de Lorenzo Ferro e Chino Darín, a notável química homoerótica que transmitem, o bom elenco de apoio embora algumas personagens sejam largadas pelo caminho, muito por conta de incentivar no expectador um grande apelo a sedução pela beleza/ inocência de um serial killer angelical e cativante com uma psicopatologia que o impossibilita de expressar qualquer tipo de sentimento, sentir culpa ou remoço por seus atos.
Assim, #ElÁngel desvia-se de apresentar qualquer tipo de explicação, mergulha em um rodamoinho colorido sem respostas, mas consegue o feito de mergulhar o público na história ainda que saia dela sem respostas e com todas as interpretações em aberto.
Ps1: Distribuído pela # PaguPictures, tem estréia prevista para 18/04/19
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