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  • Foto do escritorCardoso Júnior

Objetos Cortantes- EUA- 2018

Atualizado: 22 de ago. de 2020


Foi ao ar neste domingo (26) o último dos oito episódios da minissérie Sharp Objects, adaptada do livro homônimo de Gyllian Flynn, dirigida por Jean-Marc Vallée (C.R.A.Z.Y – Loucos de Amor, Clube de Compras Dallas e Big Little lies), fazendo jus a qualidade técnica das séries do canal HBO.

Bom, há duas maneiras de ver esse trabalho: O olhar de quem leu o livro e o de quem o desconhece e, ficaremos com os primeiros no que concerne a adaptação feita por Marti Noxon que opta muito mais por uma narrativa indutiva que atrapalha o desenvolvimento da trama, deixando a confecção do suspense em terceiro plano em detrimento do aprofundamento nas questões psicológicas dos personagens envolvidos, trazendo relevância para alguns coadjuvantes e situações de pouca importância no contexto da obra literária, sendo um aspecto que o roteiro aposta, mas que neutraliza o necessário pico de tensão que um bom thriller investigativo sobre assassinatos almeja.

A direção de Jean-Marc Vallée, tecnicamente muito bem feita (embora aposte numa fotografia escurecida a ponto de algumas cenas ficarem quase “invisíveis”), compromete-se com a adaptação confundindo a fluência do enredo com os requintes de uma estética cênica que investe e foca no psicológico buscando mesclar passado e presente através de infindáveis flashbacks e muitos diálogos de efeito embora acerte nos enquadramentos que sempre buscam mostrar o que a conturbada personagem central enxerga e como vê o contexto fortificando esse efeito com a irrepreensível montagem.

Com relação ao elenco, Vallée sempre soube tirar o melhor proveito dele e, Amy Adams e Patricia Clarkson, brilham enquanto o elenco de apoio não deixa a desejar em nada, mas é no desenvolvimento da adaptação mesmo que se encontram os maiores problemas. O ritmo lento dos sete episódios não colabora para facilitar o pico de interesse e, o “salto quântico” para o oitavo e final da série, dá-se muito apressadamente de forma que as “revelações” não surpreendem e nem impactam e que a reviravolta final, o grande ápice, seja diluída (diferente do livro), numa cena pós-créditos que busca ser inventiva, mas resulta decepcionante.

Enfim, no estudo de personagens, genética e psicopatias, Sharp Objects, é como o livro; razoável.

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