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  • Foto do escritorCardoso Júnior

O Conto- EUA-2018

Atualizado: 21 de ago. de 2020


Tendo sido ovacionado no Festival de Cinema de Sundance 2018, que felizmente entrou na grade do canal HBO, é um poderoso e mais que relevante drama, escrito e dirigido pela documentarista Jennifer Fox, podendo ser um soco no estômago de quem assiste pela inteligentíssima abordagem de temas como: abuso infantil e o trauma resultante dele na psique da abusada, focado por um prisma totalmente inovador, complexo e até leve em se tratando de assuntos tão espinhosos.

Partindo de um conto escrito pela protagonista mirim (Isabelle Nélisse -Mama, 2013), sobre suas férias em uma fazenda quanto tinha treze anos, ela própria, já com 48 anos, vivida pela portentosa Laura Dern, tem sua memória parcialmente ativada e parte em busca de respostas sobre o que realmente teria acontecido naquele período quando convivera com um casal de adultos.

Com roteiro nada linear, o inteligente roteiro utiliza não só longos flashbacks, mas também ousa um interessante recurso documental onde ela entrevista mentalmente seus algozes no tempo passado bem como dialoga constantemente com a menina que ela foi, resultando num trabalho de edição mais que primoroso ao colocar a visão de uma menina que queria se emancipar em paralelo com a mulher adulta que pressente memórias muito doloridas enterradas em sua mente. Genial!

Com um elenco de respeito como a veterana Ellen Burstyn, a bela Elizabeth Debicki e o corajoso (por aceitar o papel), Jason Ritter, a diretora cria um dos trabalhos mais importantes e sobre o abjeto tema sem temer expor ao público a realidade dos fatos fazendo um mergulho emocional impiedoso na pela busca das origens dos traumas sem omitir fraturas expostas e cicatrizes pútridas que o ser humano pode carregar consigo sem saber uma vez que, talvez, seja a única forma de sobreviver num caso de abuso psicológico e físico de um ser totalmente vulnerável.

Assim, “The Tale”, que ainda passa pelas relações familiares em diálogos dolorosos e espetaculares entre mãe e filha, mesmo com um erro de cronologia de datas que poucos perceberão e nem minimiza a força deste trabalho por sua perturbadora honestidade e pelo tom mais que acertado que não suaviza, mas também não pesa em demasia uma questão tão urgente quanto atual.

“Eu não sou a vítima desta história, eu sou a heroína.”

TRAILER

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