Lançado em 2017 no Festival de Sundance e vencedor do premio especial do júri, o projeto dirigido e produzido por Bryan Fogel é uma grande oportunidade das pessoas conhecerem os bastidores da tão verdadeira quanto polêmica e escandalosa história por trás do doping financiado secretamente pelo governo Russo para que seus atletas conseguissem o maior número de medalhas nas Olimpíadas... desde a década de 1980. Depois de muito pesquisar, o jornalista, ciclista e diretor submete-se, durante um ano, a um esquema de dopagem elaborada pelo diretor do laboratório de antidoping da Rússia com o intuito de provar como todo o sistema é falho e com enormes janelas que possibilitam a fraude e a trapaça mesmo com o sofisticado e moderno sistema de coleta de amostras de sangue e urina nos exames dos super atletas. O resultado é um trabalho com edição e ritmo dinâmicos que vai num crescente a ponto de deixar o mais incrédulo dos expectadores de boca aberta diante da precisão de detalhes e da tamanha dimensão do esquema de corrupção digno de um roteiro de ficção científica ou mesmo de um filme de espionagem do gênero de “Missão Impossível” com direito a participação da Máfia Russa, da KGB e chegando ao topo da pirâmide: o Presidente Vladimir Putin. Com declarações tão comprovadas quanto aterrorizantes, design gráfico de altíssima qualidade, “Icarus” deixa de ser apenas mais um documentário sobre corrupção nos esportes saltando para um patamar de um grande trabalho jornalístico que, infelizmente, as grandes manobras dos poderosos conseguiram camuflar, mas está aí, disponível, para público e amantes de todos os esportes tomarem conhecimento de forma obrigatória que, nem sempre se jogou ou se joga limpo.
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