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  • Foto do escritorFábio Ruiz

Victória & Abdul – Inglaterra – 2017

Atualizado: 18 de ago. de 2020


Índia. Vinte e nove anos após o domínio inglês, Abdul, um escrivão penitenciário, é convocado para entregar à Rainha Victória, na Inglaterra, um “mohur”, uma moeda de ouro comemorativa. A entediada Vitória vislumbra em Abdul uma fuga aos seus maçantes compromissos reais, que acaba por florescer em uma inesperada e bela amizade. Victória encontra em Abdul, entre um séquito impregnado, a cobiça de seu herdeiro e suas entediantes incumbências, que a fazem impaciente e abstraída, atrativos passíveis de expulsar o imenso marasmo que a envolve. Dos ensinamentos de Urdu, do Corão e da arte da tapeçaria surgem interesses mútuos que cunham a fascinante amizade, entre rainha e servo, que desperta preconceitos, invejas e tormentas que os perseguirão até o seu fim. O roteiro de Lee Hall é linear, bem-humorado, funcional e divide-se, nitidamente, entre o estabelecimento da amizade entre Adbul e Vitória e os desdobramentos e consequências do inusitado relacionamento. A direção de Stephen Frears é, como sempre, excelente. As escolhas de planos e tomadas são felicíssimas e a direção dos atores é muito boa. Judi Dench impressiona pelas sutis facetas que fazem desta Rainha Vitória diferente da de Sua Majestade, Mrs. Brown. Seu trabalho é belíssimo e muito bem valorizado pelas lindas tomadas em close de Frears. Ali Fazal, apesar de sua inexperiência, não se intimida diante de Dench e entrega um Adbul interessante e simpático, mas que poderia ter sido melhor caso Frears fosse mais enfático em sua direção. A sensacional música também conta a história de tão harmônica que está com o roteiro. A reprodução de época é impecável, destaque para os figurinos e adereços, especialmente, as joias. A edição é muito boa e a fotografia excelente. Atentem para a bela cena do banquete na montanha sob as nuvens. O filme começa informando que se trata de uma história, em geral, baseada em fatos reais, mas o mais relevante é como Frears tece, com incrível verossimilhança, uma relação de amor, sem qualquer contexto sexual, entre duas pessoas cujos hiatos entre suas idades, culturas, religiões e posições sociais são imensos. Imperdível.

TRAILER

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