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  • Foto do escritorCardoso Júnior

Alias Grace- EUA-2017

Atualizado: 18 de ago. de 2020


A Canadense Margaret Atwood, mais conhecida, pelo genial “O conto da Aia” é uma das mais importantes escritoras da atualidade pelos seus romances narrativos com linguagem poética que adentram questões sociais, e Alias Grace é um deles. Transformado em série pela Netflix com apenas seis episódios, conta-nos a história, baseada em um crime real, da possível assassina que passou 15 anos na cadeia e alguns outros no manicômio e, de sua vida pregressa antes do pretenso fatídico ato. A interessante premissa de introduzir a psicologia e a psiquiatria para adentrar e investigar a alma da protagonista provocando suas memórias funciona muito bem como trampolim para os flashbacks que apresentam a narrativa da sofrida vida da jovem e inocente imigrante sozinha no mundo que alega sofrer de amnésia; a bela Grace. Sendo bastante fiel à história original sobre os problemas da sociedade Canadense do século XIX, a nítida divisão entre a aristocracia e a plebe, e o rebaixamento das mulheres a uma condição de total subserviência ao homem, ainda permeia nuances sobre questões como misoginia, medicina e religiosidade indo do protestantismo ao catolicismo e até mesmo o espiritismo sempre abrilhantado por um design de produção esmerado e requintado no que concerne às ambientações externas e internas bem como nos figurinos e reconstrução de época impecável como as diversas paletas de cores em perfeita harmonia com as situações. Com relação ao elenco central, ele é bastante competente e os coadjuvantes não fazem feio em momento algum, mas é no roteiro que, contextualizando uma época, deixa claro a força do patriarcado legislativo que oprimia e humilhava o sexo feminino como escravas de suas vontades sem direitos nenhum. E, a grande questão que prende o espectador do início ao fim por ficar pendente da primeira a ultima linha (cena), é a dubiedade da culpa x sentença: Grace realmente cometeu os crimes pelo qual foi condenada? Seria realmente ela uma assassina fria, uma louca ou uma hábil mentirosa e jogadora diante da possibilidade de sua libertação? Talvez seja apenas mais uma doce e meiga vitima da opressão masculina e social ou há algo de insano nela? Alias Grace não impacta como The Handmaid’s Tale, mas é um trabalho respeitável e memorável em todos os aspectos e vale uma maratona nos seis episódios para adentrar no clima da obra e chegar as suas próprias conclusões: vítima ou predadora? Valem todas as nuances e questionamentos!

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