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  • Foto do escritorCardoso Júnior

É Apenas o Fim do Mundo – Canadá-2016.

Atualizado: 17 de ago. de 2020


O indicado pelo Canadá ao Oscar 2017 de Melhor Filme estrangeiro que entrou nos nove finalistas, mas não conseguiu a proeza de entrar para o Top Five, (tinha uma traqui-Tanna no caminho), é nada menos que o último e esperadíssimo trabalho de Xavier Dolan (27), baseado na peça teatral de mesmo nome.

Interessadíssimos no trabalho do já não mais "menino" gênio contemporâneo do cinema, do qual somos fãs incondicionais, fomos conferir a adaptação na esperança que suplantasse o ótimo “Mommy” (2014), mas infelizmente não.

Por certo encontramos seus temas habituais: Família disfuncional, sexualidade (sem sexo), inadequação do ser em seu universo, embates de gerações e, claro, outra vez, a desconexão entre um filho e uma mãe; todos os ingredientes.

A reunião do elenco estelar em muito prometia acrescentar mais peso dramático nas recorrentes questões, mas algumas opções cinematográficas como os demorados closes em todas as personagens com objetivo de aumentar a dramaticidade funciona muito bem no início, mas não sustenta a própria estética descambando para certo exagero que acaba afastando o expectador dos conflitos interiores obtendo efeito inverso ao pretendido.

Ok que transportar o peso cênico de um palco para as telas, é tarefa ingrata para diretores bem mais tarimbados e muito poucos lograram êxito no intento e, Dolan, tenta manter a aura teatral através de uma câmera nada ansiosa e muito curiosa com pouca movimentação, enquadrando cada personagem de uma vez para aumentar a sensação de isolamento humano e isso pode agradar muito ou nada.

Novamente, o menino prodígio utiliza fotografia de contrastes pontuada por trilha pop para conduzir uma narrativa tensa e densa mantendo seus conhecidos e geniais simbolismos dentro do cotidiano como arma de complemento e reforço para as várias imersões psicológicas que sempre ficam claras, vazam em sentimentos, mas nunca atingem um clímax.

Claro que é instigante e interessante assistir a interação picotada de nomes como Marion Cotillard, Léa Seydoux, Vicent Cassel e Gaspard Ulliel com suas contidas ou explosivas reações em um trabalho de direção que busca muito mais o interno e as limitações de vôos de seres desorientados que sucumbem as suas próprias infelicidades diante da impossibilidade da comunicação estagnada pelas magoas de um passado sem resgate.

Sim, claro, é mais um Dolan autêntico, que nos incomoda e provoca, mas desta vez não surpreende...

TRAILER

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