Partindo do conhecido “julgamento do século” que fez a mídia mundial parar e focar por meses dentro de um tribunal acompanhando o julgamento de O.J. Simpson, a ESPN faz um brilhante documentário em cinco capítulos que aproveita o mito do esporte para fazer um brilhante resgate histórico da sociedade americana segregacionista da década de 1960.
É muito possível que as novas gerações desconheçam não só o fato em si como a gigantesca importância do retratado e de sua personalidade mais que especial e, principalmente, o contexto fortemente preconceituoso que embasa a narrativa.
Ok, a direção de O.J. com rara inteligência, vai colocando todos os fatos de forma bastante linear aproveitando-se do farto material de imagens de arquivo para dimensionar não só a mega importância do astro para entendimento fácil de todos, bem como traçar o panorama de uma sociedade em um momento crucial, fazendo um mais que perfeito estudo ou retrato do personagem.
Engana-se quem pode pensar que o documentário não é interessante, muito pelo contrário, pois uma vez iniciado fica quase impossível não “ emendar” os outros capítulos até o final também por conta da perfeita edição da trilha sonora e do interesse histórico.
Selecionado entre os nove documentários finalistas na disputa ao Oscar 2017, facilmente chegará ao Top Five pela sua importância e amplitude temática, mas o que por enquanto é uma incógnita é se a ESPN terá força de marketing para suplantar a Netflix com seu também ótimo “A 13ª Emenda” já visto e comentado por nós.
Ainda assim, O.J: Made in América suplanta em tudo por tudo e muito o segundo.
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