Depois da Caçada – EUA - 2025
- Cardoso Júnior

- 25 de nov.
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de nov.
Analise 1.788

Qualquer cinéfilo que se preze, ao ouvir o nome de Luca Guadagnino (Me Chame Pelo Seu Nome, Suspiria, Bones and All, Queer, Rivais e etc) imediatamente se interessa pela produção muito por conta de ser um diretor muito sensível e com uma incrível capacidade de capturar com delicadeza intimidades profundas da alma humana e revela-las através de suas interessantíssimas personagens e, é claro, os filmes acima foram todos vistos e comentados aqui.

Depois da Caçada faz um leve desvio do seu estilo já que olha para a política do cancelamento tão em voga no momento e se aprofundar no confronto de ideias e argumentos dentro do meio acadêmico do EUA, embora ainda se interesse por escarafunchar os sentimentos mais recônditos das personas envolvidas em uma trama com ares de thriller e mistérios com elenco estelar.

Tendo como plot central uma acusação de estupro de um professor universitário em sua própria aluna após uma festa no apartamento de sua melhor amiga e também amor secreto, a trama segue uma espinhosa investigação criminal que se torna manchete nacional colocando no epicentro nomes como Julia Roberts e Andrew Garfield (em outra magnífica interpretação), trazendo à tona um segredo longínquo da protagonista que ameaça suas convicções morais, casamento e consolidação de sua carreira acadêmica.

Entretanto, o roteiro escrito pela atriz Nora Garrett, prometia inicialmente provocar várias reflexões sobre a enorme responsabilidade daqueles que detém o poder de tão presunçoso se torna obtuso e todo o pretenso clima de suspense se perde ou se arrasta sem nenhuma grande revelação diante também de um ceticismo evidente para com as questões propostas.

Claro está que Guadagnino domina com muita propriedade a cinematografia com enquadramentos requintados e grande domínio das cores e a trilha sonora com canções brasileiras surpreende no quase final, mas isso é apenas fruto da experiencia e não acrescenta nada a estória resultando em um filme letárgico, árido, cerebral sim, mas sem força alguma em suas duas horas e quarenta minutos de muitas embalagens que, abertas, se revelam vazias.

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