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  • Foto do escritorCardoso Júnior

Divines – França- 2016

Atualizado: 17 de ago. de 2020


Selecionado entre os cinco melhores filmes estrangeiros do Globo de Ouro 2017 e um dos filmes mais comentados no Festival de Cannes 2016, vencedor do premio Câmera de Ouro (melhor diretora estreante), é muito mais que interessante. Ao centrar a narrativa na periferia de Paris que abriga um sem número de imigrantes relegados a própria sorte e divididos entre família, religião, drogas, prostituição, sonhos e aspirações, é um perfeito retrato do mundo atual - para quem quer enxergá-lo- cumprindo uma das funções básicas do cinema de conteúdo. Ponto! Seguindo numa linha diferenciada e mais contundente que o vencedor da Palma de Ouro Dheepan - O Refúgio (comentado por nós em 30/05/2016), “#Divines” alça grandes méritos ao lidar com o empoderamento feminino focando a trajetória apenas de mulheres onde, o masculino apenas figura como elemento secundário e ou de desejo, constrói personagens muito fortes e altamente carismáticas. Ponto! A direção precisa em todo contexto dramático com peso exato, ainda proporciona uma cena antológica de escapismo da realidade onde com uma câmera de mão enriquecida por um design de som registra um dos mais significativos momentos do cinema atual sem perder a ancora na realidade retratada. Ponto! Por certo, a alma deste trabalho repousa na incrível performance da iniciante e jovem atriz, Oulaya Amamra que merece todos os méritos de uma mega carreira no cinema, amparada pelo também ótimo desempenho de outra iniciante, Lukumuena. É incrível assistir o que uma grande diretora pode extrair e fazer de tão verossímil com um elenco não profissional e muito menos famoso. Ponto! “Divines”, certamente atrairá e prenderá sua atenção não apenas pelo retrato atual, mas pela harmonia que consegue estabelecer entre seu núcleo dramático permeado com momentos de muita leveza e até de comédia, sem omitir símbolos perfeitos (Gasolina + isqueiros), reflexos de uma situação social que, infelizmente e lamentavelmente é pura combustão.

PS 1: A má notícia é que, tristemente, é o tipo de trabalho que não achará espaço nas salas de exibição por conta de um público que cada vez mais consome o comercial superficial. PS 2: A ótima notícia é que a Netflix acaba de comprar a obra e colocá-la em sua grade de lançamentos.

TRAILER

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