O representante do Reino Unido na seleção para o Oscar 2017, que surpreendeu o público no Festival de Sundance, e que concorre no Independent Spirit Awards, na mesma categoria, é aquele tipo de trabalho que seduz e impressiona pela excelente construção da tensão no primeiro ato, mas bota quase tudo a perder na seqüência narrativa.
Centrado em 1980, quando Teerã vivia o episódio da ‘Guerra das Cidades’ sendo alvejada com mísseis diariamente, e usando de uma premissa dramática real que insere elementos do sobrenatural e do psicológico para somar ao medo diário da guerra, tinha todos ingredientes para inovar no gênero ainda que as técnicas para produzir os “jump scares” (sustos), fiquem dentro do tradicional bem feito, ora não.
Ao inserir cenas do cotidiano de uma cidade e população sob máxima tensão e inseguranças, o roteiro ainda apresenta fatos inovadores de gênero como a obediência aos costumes religiosos da região, convincente atuação da protagonista / elenco de apoio e competente construção de personagens que vão mobilizando o crescente interesse do expectador.
Desta forma, “#UndertheShadow” prende e promete e acerta muito em 80% da obra, mas decresce vertiginosamente nos 20% finais, perdendo a força da bem elaborada construção.
Caso você espere por um bom filme de terror (como é vendido), poderá se decepcionar, mas ainda assim merece ser visto pelo ótimo retrato social tão pouco conhecido no ocidente.
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