Mesmo 1 ano após do espetacular documentário “Citizenfour” vencedor do Oscar 2016, (comentado aqui em 01/03/2015), Oliver Stone retoma a história de Edward Snowden, o jovem que revelou como os EUA espionavam o mundo todo e todo mundo pela internet causando uma das maiores polêmicas dos tempos modernos.
O desafio de Stone em recontar um trabalho tão perfeito e tão recente, logra êxito justamente no formato menos documental com uma linguagem mais acessível para o grande público, criando uma mise-en-scène para a personagem desde sua saída das forças armadas à escalada profissional dentro da CIA; do genuíno patriotismo à desilusão política.
Oliver Stone nos leva para o mundo digital de Snowden através de uma mais que compatível em bem realizada fotografia digital acompanhada de uma sonoridade acústica que simula uma estática mais que pertinente ao mundo do retratado, mas humanizando-o nos figurinos e, inserindo no roteiro um núcleo de romance que propicia maior identificação e empatia com o jovem.
Longe de ser monótono, ainda que recorra a vários flashbacks, a grande relevância de um tema atualíssimo é a grande força motriz da narrativa que alerta a todos nós sobre o perigo da vigilância cibernética em nossas vidas independente de sermos alguém importante ou não. Todos somos monitorados por uma gama de programas invasivos e isto não é ficção.
Sem medo de incluir curtas cenas reais, ainda que ficcionais (duas em particular do Brasil), e trazer para a berlinda grandes lideres mundiais, o “Snowden” de Oliver Stone apresentando um ótimo desempenho de Joseph Gordon-Levitt, populariza a linguagem do documentário de forma que todos possam entender, de uma vez por todas, que a guerra de hoje é tecnológica e que a arma é a informação. Toda e qualquer informação.
Ainda que você seja o mais inocente dos cidadãos, se usa a internet, se manda e-mails, troca SMSs, participa de redes sociais e tem uma câmera em seu celular fique atento, pois o “Grande Irmão” estará te lendo, gravando, ouvindo e te observando.
“#Snowden” é uma biografia chocante, contundente, bem feita que aproxima a ficção da realidade e que merece toda a atenção; de todos.
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