Com roteiro adaptado a partir de dois livros referenciais sobre o assunto, a vida deste herói ou desertor (dependendo da ótica) tem em Matthew McConaughey não só seu ponto mais alto como a apresentação de um dos mais fortes personagens já interpretado pelo ator.
Nitidamente produzido para “concorrer ao Oscar”, esse drama histórico com mais de 140 minutos de duração, investe em grandes tomadas, cuida com esmero dos mínimos detalhes cênicos, prima na maquiagem, fotografia, trilha, diálogos e direção, configurando-se numa adaptação literária respeitável.
Seu maior “problema”, infelizmente, situa-se no roteiro que, ao fazer um recorte de tema já tão explorado pelo cinema: A Guerra Civil Americana e seus revoltantes desdobramentos sociais, tenta mas não consegue, explicar com exatidão a evolução dos fatos gerando dificuldades no acompanhamento da continuidade histórica.
Um dos principais desequilíbrios do roteiro é a inserção de uma trama paralela desenvolvida no futuro que só faz aumentar o tempo da película sem nada acrescentar para o interessantíssimo momento histórico.
Fortemente dramático e grandiloquente e impactante em seu primeiro ato, Free State of Jones, peca por não conseguir manter o pico de atenção, pela ausência de atores-personagens carismáticos para a sustentação do drama, por beber em fontes de outros trabalhos com a mesma temática, oscilando entre grandes momentos cinematográficos e alguns bem menores.
Por certo, trata-se de um trabalho que busca o tom grandioso e o alcança e vários momentos, que tem relevância dentro do contexto histórico Americano e mundial, que colocará McConaughey no foco das indicações para melhor ator, mas que, além de roteiro adaptado, dificilmente conquistará muito mais nas maiores premiações mundiais que virão.
Ainda assim, claro que vale muito assistir a partir de 27 de Outubro/2016 nos cinemas nacionais.
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