Fazendo parte da atual boa safra de filmes que descobriram e descortinaram o filão “mercado financeiro”, este, pelo menos, tem a mão certeira de Jodie Foster em sua quarta experiência como diretora. E ela não faz feio; nem um pouco.
Estabelecendo perfeita parceria com seus três roteiristas, Judie nos brinda com um drama- thriller com altíssimo pico de tensão, sem abrir mão de contundentes críticas à especulação financeira, ao jornalismo – entretenimento feito por uma televisão tendenciosa e mercadológica que vende produtos a um público ávido por comprar sem questionar.
Muitos temas? Talvez sim, se não estivessem nas mãos de uma cineasta extremamente habilidosa que traduz com eficácia simplista conceitos de mercado, (o oposto de “A Grande Aposta”), que não necessita apelar para diálogos explicativos e nem demagogos ao trazer para discussão a manipulação das mídias sobre as grandes massas, inserindo, de quebra, momentos de humor sardônico, muito bem dosados.
#MoneyMonster” é o ápice de uma diretora que sabe contar uma estória onde o expectador não tira os olhos da tela, que sabe equilibrar técnica com narrativa, e conjugar ritmo com tempo fílmico certo de forma impressionante, ainda ousando instigar sutilmente reflexões sobre a tênue linha do que é ficção ou realidade mais que atual.
Assim, Foster nos brinda com um trabalho admirável e repleto de suspense competente, mas falha miseravelmente na direção de atores parecendo tê-los deixado por conta própria em detrimento de outros aspectos.
Ok, que Julia Roberts é Julia Roberts, mas aqui, não há um único momento de brilho e nem de convencimento da tensão ou medo que deveria sofrer a personagem. Atuação mecânica.
E George Clooney? Tirando um pseudo-ataque de pânico muito rapidamente curado, é incapaz de nos mostrar uma única gotícula de suor ou angústia ou medo ainda que esteja amarrado a uma carga de explosivos. Robótico.
No mais, de volta ao jogo, (nem que seja de totó) porque este sim, é muito bom!
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