A tão propalada e por que não dizer esperada volta de Natalie Portaman às telonas na pele de uma heroína do velho Oeste, é mortal. Não que a personagem exerça tal papel ( Se Jane pega na tal arma, duas ou três vezes,é muito), e muito menos por um trabalho que investe no gênero Western clássico sem conseguir cumprir com o que anuncia. Com um roteiro perdido em si mesmo, tentado mostrar muitas facetas de um plot curtinho, repleto de flashbacks instáveis que tentam explicar o passado mas só “enchem linguiça”, ora a narrativa segue por um caminho, ora desiste dele. (A cena do balão que prometia, pelo menos belas tomadas, é logo abandonada sem sentido algum de ter existido). Apesar de ser também uma co-produção de Portman, está mais para uma tentativa falha de tapar todos os buracos de balas de forma lenta sem provocar ou conseguir empatia alguma, emoção alguma nem mesmo para a pretensa heroína sofredora que se rebela. Altamente previsível, sem graça, repleto de clichês de gênero, ainda deságua em final “e foram felizes para sempre”. Tedioso. Nem mesmo as subtramas de sustentação dos demais personagens conseguem despertar algum tipo de interesse/ novidade/surpresa. A nítida sensação é a de que roteiro e direção caminharam por estradas diferentes sem nunca se encontrarem ou entrarem em comum acordo. Com nada. Até a fotografia que, no início, promete uma estética bonita no contraste entre o amarelo ouro e marrom, abusa tanto do matiz que satura. A trilha sonora tenta injetar alguma tensão em algumas cenas que o expectador não está emocionalmente comprometido e fracassa também. Ewan McGregor não tem tempo nem espaço para desenvolver seu personagem, Rodrigo Santoro em um “Cowboy- zumbi” está irreconhecível em seus um minuto em cena e, Portman consegue a façanha de ser a heroína pistoleira mais indefesa do cinema nos últimos tempos; salvo única cena no último ato... Talvez numa sessão da tarde....
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