Baseado no documentário de curta metragem vencedor do Oscar de 2008, que, por sua vez, narra a história verídica de Laurel Heltel, é um trabalho no mínimo interessante de tomar ciência. Gostamos muito de filmes que contam histórias reais sobre pessoas principalmente aquelas que, com suas lutas, conseguiram derrubar preconceitos e melhorar a vida das próximas gerações. Este é um deles. Por certo o elenco funciona como um chamariz estrelar para conduzir este roteiro bem triste e encontramos boas interpretações. Julianne Moore sempre está bem em qualquer encargo dramático que abrace, Ellen Page, com um trabalho bem mais tímido, lhe dá um ótimo contraponto e, Michael Shannon sempre é um suporte de peso. Infelizmente a entrada de Steve Carell, para “amenizar” um pouco o drama, soa de forma estereotipada, fazendo uma graça sem graça, desnecessária. A questão social de uma lésbica que luta para deixar sua pensão para a companheira enquanto é consumida pelo câncer, é um mote bastante forte para tornar este trabalho excepcional, mas....a direção não aproveita as riquezas temáticas fazendo uma narrativa acelerada que prejudica bastante o comprometimento emocional do público, criando um distanciamento. A batalha por direitos de igualdade social – tão em voga no momento – as legislações político-preconceituosas-religiosas-eleitoreiras, são muito bem trabalhadas, bem como suas influências diretas em uma sociedade tacanha e conservadora. Enfim, “amar por direito” tem uma bela trilha sonora, mas comete alguns deslizes imperdoáveis diante da relevância temática de um fato histórico como as falhas de maquiagem, o medo de potencializar, a opção por amenizar e seu tratamento tão genérico como previsível. Lamentavelmente, é um desperdício ou má condução de uma história que, por si só, teve força para alavancar e alterar as leis Americanas e de muitos países. Mas sim, vale assistir e se informar...
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