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  • Foto do escritorCardoso Júnior

O Regresso- EUA-2015.

Atualizado: 16 de ago. de 2020


Inspirado em fatos reais, eis um épico visceral que tem como principal característica a ousada bravura técnica da realidade cênica. Nada de telas verdes enganando que tais cenários estão lá. Nada de atores fingindo contracenar com o vácuo.Não, nada! O genial Iñárritu, vai te conduzir através de paisagens naturais deslumbrantes e te dar a certeza de estar vendo um mundo real com ações desenvolvidas em locações reais.Só essa proposta realista, pese a extrema dificuldade de filmar/ fotografar/atuar em tais situações, vai instaurar em você um vigor de credibilidade e elevar este trabalho para um nível arrebatador de cinema com C maiúsculo! A corajosa câmera de Iñárritu assemelha-se aos pinceis dos grandes mestres da pintura retratando cada frame com as cores exatas dos momentos que acontecem e, conclui-se, ser ela, a grande e maior protagonista desta poesia visual. Ok, que o roteiro caiba em apenas uma lauda, que seja muito pequeno em comparação ao virtuosismo estético que ele nos brinda durante 156 minutos e que, de alguma forma, não consiga transmitir reais emoções, mas não importa; ainda que longo e quase lento, essa câmera vai te hipnotizar e te transportar para um mundo agreste, sombrio, belíssimo e violento. Não há truques, ele te leva para o que realmente existe! Ok também que diante de um plot mínimo, haja a inserção de alguns flashbacks ocasionais, talvez, com a intenção de “explicar” melhor as motivações do protagonista, talvez para trazer certa aura “espiritual” para a violenta jornada.Não importa, a câmera já te sequestrou para dentro da história e da sub-trama sobre os povos indígenas, espoliados pelos colonizadores. Salta aos olhos o que pode fazer um verdadeiro ator obrigado a atuar em situações tão adversas dispondo de tão poucas falas. Dar um show pode ser um resultado esperado ainda que este espetáculo esteja concentrado em expressões magistrais sem direito a muitas falas. A tão propalada “cena do urso”, que na verdade é uma fêmea, é algo que entra pra antologia do cinema de tão espetacular, bem feita,dolorosa e, para os críticos sobre realismo brutal, dizemos: Iñárritu está nos mostrando uma história sobre sobrevivências e o faz de forma brilhante; sem dó. Quanto a pergunta que não quer calar, se, finalmente, DiCaprio será reconhecido pela Academia, entendemos que ele mesmo faz essa pergunta, na última cena, no seu último olhar para a câmera: “Ta bom assim ou vocês ainda querem mais ?” No mais e no menos, “The Revenant” pode ser classificado como um trabalho de proporções tão assustadoras quanto gigantescas e, inegavelmente, magistral! " Quem deu um Green card pra esse sujeito?" PS1: Previsto para 04 Fevereiro no Brasil. PS2: Esqueçam: Médicos, enfermeiros, hospitais, CTIs, cirurgias e remédios; nada disso é necessário...

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