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  • Foto do escritorCardoso Júnior

A Lagosta - Grécia-2015.

Atualizado: 16 de ago. de 2020


Você é (está), solteiro (a) ou casado (a)? Casou por conveniência, afinidade ou, na realidade, também pra se livrar da pecha de que solteiro é um ser estranho, rejeitado, problemático ou infeliz? Quantos animais se casam além do homem? Uma pessoa solteira pode ser feliz em sua plenitude ou a ideia de ter que ter um par, imposta pela sociedade, custe o que custar, suporte o que suportar, seria a conformação ideal para alcançar uma aparente felicidade? Vale mesmo qualquer “sacrifício” para poder apresentar seu par para um grupo e não se sentir deslocado, avulso, encalhado, desvalorizado? Será? Questões... Então, seja lá qual foi sua mais que sincera e íntima resposta, imagine-se em um mundo onde todo solteiro ou descasado é condenado à morte! Imaginou como seria viver neste lugar? Agora vamos para o outro lado: Imagine-se em um mundo onde ser casado é considerado crime também punido com a morte. Imaginou? Bom, é melhor parar de imaginar e assistir “A Lagosta”! Por certo, o inteligentíssimo diretor Yorgos Lanthimos, evita se posicionar ou mesmo optar por um dos lados, mas a análise dessa dicotomia social, vista de uma forma niilinista, é algo que o cinema nunca antes ousara empreender. Com elenco internacional: Colin (gordo) Farrell, Rachel Weisz, John C. Reiley, Ben Whishaw, Léa( de novo) Seydoux, e vencedor do Grande Júri em Cannes, o roteiro aproveita o absurdo das questões para deslizar com comicidade sobre as hiperbólicas premissas com personagens e situações que beiram o bizarro e o patético. Talvez este seja o maior mérito desta obra non sense, que tem como matéria prima uma sutil e acida crítica com raízes profundas na nossa sociedade: A dosagem mais que perfeita das situações sem resvalar para um tom anedótico! Com diálogos situacionais deliciosos repletos de ironia e muitas pitadas de escárnio, grandes planos, fotografia, uma trilha inusitada que se ajusta à perfeição e desempenhos surrealistas, encontra em seus dois atos, mais que distintos, uma gama simbólica de paradoxos ambíguos formatando um espelho social contemporâneo genial. Essa experiência fílmica única, exclui o amor dos relacionamentos em detrimento de encontrar afinidades de qualquer tipo, ainda que insólitas, para formar uma dupla no mundo dos casais onde o sexo é apenas um ato consensual sem nenhuma importância.. Embora, aparentemente, não pareça ter uma enorme profundidade para olhares menos atentos, “The lobster”, é uma inteligente e inovadora reflexão sobre o Status Quo que só irá se posicionar na dolorosa cena final.

É, sem sombra de dúvidas uma obra prima do cinema do absurdo! Mas o que seria mesmo absurdo? A arte ou a vida? Recomendadíssimo para casados e solteiros e indecisos. Ps: Contêm cenas fortes com animais, se você for sensível a isto, não assista!

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