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  • Foto do escritorCardoso Júnior

Obediência Perfeita- México-2014.

Atualizado: 15 de ago. de 2020


Enquanto "Spotlight" não nos chega, fomos conferir este trabalho que trata do mesmo tema, porém sem a devida divulgação tão merecida. Que pena. Roteirizado a partir da vida do padre mexicano Marcial Maciel (pedófilo, adepto às drogas e pai de vários filhos), que foi denunciado algumas vezes, mas que, devida sua proximidade com o papa João Paulo II, jamais foi julgado e nem afastado de suas funções. Bastante fiel aos fatos escabrosos que escandalizaram o mundo, felizmente, a direção opta por uma abordagem realista, porém olvidando de cenas chocantes e ou com cunho sexual explícito. Um alívio! Para nós, ficou claro que o objetivo deste filme-denúncia não é agredir o espectador e sim, transitar pelas sutilezas dos fatos trilhando o delicado caminho das insinuações, deixando as conclusões e continuações das cenas por conta da imaginação da platéia. Um mais que feliz acerto! Por outro lado, agora mais concreto, ao textualizar e desenvolver os fatos baseado na “Carta de obediência” de Inácio de Loyola, “justifica” o comportamento do protagonista com a seguinte passagem usada a sua conveniência espúria: “Aquele considera este como representante de Deus nesta terra e submete sua vontade alegremente, disposto a superar todos os sacrifícios que lhe são exigidos, ainda que experimente uma involuntária repugnância, nascida de sua natureza, em relação à ordem recebida.” E, partindo deste enunciado, o grau de submissão do mais fraco ao mais forte, dividia-se em três estágios, que culminavam na submissão total à vontade do superior. Horripilante! Composto de belas imagens do interior do México, ótima trilha sonora, bela fotografia, edições perfeitas e atuações contundentes, expõe de forma explícita através dos diálogos, conluios e, principalmente de olhares, uma das histórias mais escabrosas acontecidas e encobertas pela Igreja Católica, principalmente por conta do montante de dinheiro envolvido. Eis sim, um trabalho importantíssimo que teve pouquíssima divulgação (você sabia?), e que merece não só o respeito pela gigantesca importância da obra como o repúdio pela hipocrisia que escorre pela tela em suas uma hora e trinta minutos e que, “Spotlight”, que conta com o merchandising Hollywoodiano, resgate “Obediência Perfecta” do ostracismo que o cinema comercial o relegou. Imperdoável!

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