Este pré-candidato ao Oscar 2016, de melhor documentário, é no mínimo surpreendente ao nos contar que, o ator em questão, tinha o hábito de gravar suas reflexões e o fez durante décadas somando mais de 300 horas no qual falava sobre tudo. Baseado nas fitas encontradas após sua morte, o diretor Stevan Riley montou um retrato definitivo de um dos maiores ícones do cinema e, curiosamente, narrado de viva voz pelo próprio. Inusitado! “Está tudo no digital, os atores deixarão de ser reais, e por isso talvez isto venha a ser o canto do cisne para todos nós”. Esta é a frase que abre o trabalho e nos assusta na medida em que vamos percebendo que o próprio Brando é o narrador de sua biografia. E, nessa jornada de vida, (pós-morte), inúmeras considerações sobre um tudo são lançadas em primeira mão para o mundo como a sua definição sobre a arte de atuar (O método), e sua definição textual de como alcançou o sucesso. “Eu apenas era o ator certo no tempo certo, um novo tipo para um público que sentia que a arte da interpretação no cinema tinha chegado a um ponto em que tudo era cliché’”. Intercalando ou mesmo ilustrando seus pensamentos sonoros, edições precisas de vários tipos de arquivos fotográficos e digitais nos fazem acompanhar não apenas o astro, seus trabalhos, depoimentos e entrevistas, mas e também a história de um menino sofrido que a vida não poupou de grandes tragédias e dores em seu percurso. Por tudo, “Listen to Me Marlon” é uma ode ao cinema ao mesmo tempo em que nos envolve e nos leva na busca pela compreensão (junto com ele), de uma das mais enigmáticas estrelas de todos os tempos e, ainda é mais! É um selfie feito pelo próprio ator onde tudo o mais, tudo mesmo, é apenas o aparelho que o registrou. Obrigatório para fãs de cinema.
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