Depois de assistirmos “Sicário” e ficarmos impressionados com a direção do Denis Villeneuve, revisitamos “Os suspeitos”, título no Brasil, que não faz muita justiça às mensagens da película. E, lá estava novamente ele pegando um roteiro “não muito inovador”, transformando-o em um ótimo Thriller autoral e, mais uma vez apostando em personagens com profundas simbologias, neste caso, religiosas. Mais uma vez deixa espaço para seu elenco brilhar e aprofundar na composição das personagens (pelo menos as centrais), de forma tão profunda que pode até passar despercebido por um olhar menos atento aos pequenos, sutis, mas não menos importantíssimos detalhes. Em “os suspeitos”, além de sua câmera minimalista trabalhando em conjunto com a primorosa fotografia que fortifica o tom dramático sustentado pela ótima trilha nas suas duas horas e meia, não há como não acompanhar a montagem do quebra-cabeça sem ficar aflito. Mas, o melhor de tudo é sua “inteligência autoral” construindo dentro da narrativa óbvia, uma segunda estória dicotômica sobre religiosidade, fé e o embate humano entre bem e mal, certo errado e o labirinto que tais questões podem nos levar. Foi então, que encontramos a mesma assinatura indelével de “Sicário”, mas se você não viu a segunda estória, com todos os desdobramentos, relaxe, pois nós também só a descobrimos na releitura. Revejam!
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