Partindo de um roteiro que se utiliza de uma fábula para falar sobre a dificuldade de comunicação entre pessoas, este drama com ótimos momentos de comédia e inteligentes pitadas de surrealismo irônico, pequeno elenco, e técnica absolutamente correta e sem artifícios é um retrato, um tanto quanto cruel dos dias atuais. Do prólogo absurdo que provoca espanto e gargalhadas, à forma genial de chegar ao epílogo, toda a articulação inusitada da trama prende o espectador com muita facilidade provocando enorme simpatia pelos personagens em suas geniais composições, e curiosidade estrema pelo desenlace. Transitando pelo simples para falar sobre coisas sérias, tem em seu sincretismo o ponto alto não apenas para sorrir, como também para refletir. Este produto “made in Argentina”, que fala da universalidade da comunicação ou da falta dela de forma brilhante é mais uma brilhante demonstração do cinema portenho. Fica uma recomendação: Não tenham pressa, esperem os créditos subirem, caso contrário, cuidado com a vaca.
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