O Universo no Olhar - EUA-2014.
- Cardoso Júnior
- 18 de mai. de 2015
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de ago. de 2020

Difícil falar sobre este trabalho, mas vamos tentar traduzir nosso olhar sobre ele: Primeiramente, é da classe dos espetaculares que, felizmente, não teve verba-divulgação para tornar-se blockbuster e, nem poderia uma vez que, obriga o expectador pensar e refletir muito no pós, em tempos de sensações fugazes.
A genialidade dele não se encontra em nenhum tipo de hermetismo aliás, o roteiro e a direção do jovem e brilhante Mike Cahill, fogem nitidamente desta opção. O espetacular depara-se com uma ousada e bem realizada proposta sobre temas complexos (ciência x religião), sem tomada de partidos, sem pretensões de aula e nem mesmo apresentação de uma moral da estória, pois a imparcialidade autoral respeita sem influenciar individuais conclusões. Partindo de um argumento que estuda a biometria através da íris, propõe um embate entre os criacionistas e evolucionistas de forma embasada porém, apartidária. Os olhos humanos são, como dizem, a janela da alma e, se existe alma, há Deus? Ou tudo e nós somos apenas um “produto”, uma conjunção de átomos oriundos de um Big-Bang; nossa origem ? Seria o olho humano a chave, a porta para questões seculares de tamanha profundidade? Estamos relaxados e interessados nas questões até que, lá pelos 50 minutos, súbito, a narrativa acelera acompanhada pela trilha e nos "endireitamos" na poltrona perguntando: Pra onde isto está indo? E, deste ponto não há mais como escapar.
Não, não se trata de documentário e sim de uma ou várias estórias de amor verdadeiro! Com evidente baixo orçamento, desprovido de efeitos especiais, tem na força do roteiro espetacularmente coeso, nas atuações seguras, nos diálogos surpreendentes, na fotografia, no drama, na trilha e, até numa certa dose de erotismo, uma proposta de viagem das mais singulares do cinema e, sim, pode provocar arrepios emocionais e discussões para muito além da uma hora e quarenta e sete minutos de ebulição de neurônios, gnósticos ou não. Imperdível!

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