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  • Foto do escritorFábio Ruiz

Valerian e a Cidade de Mil Planetas -França-2017

Atualizado: 17 de ago. de 2020


Vale ser visto. Visualmente, o filme é lindo, tem ideias brilhantes, como o mercado virtual. Contudo, neste quesito, ainda se baseia em paradigmas terrestres: o planeta Mül, apesar de belíssimo, ainda traz muitas semelhanças com as praias paradisíacas de Fiji ou Cancun, diferenciado pelo gigantismo das conchas e a força das cores. A história começa muito bem conduzida, mas se desvia drasticamente de sua espinha dorsal quando Laureline, personagem de Cara Delevingne, é feita prisioneira por uma raça hostil. As longas e inúmeras cenas, em que Valerian salvará Laureline, poderiam ser perfeitamente excluídas, bem como o evento que as justificam e as suas personagens sem sentido e vazias, que poderiam ser aproveitadas em uma possível continuação. Entre essas, estão Bubble de Rihanna, Jolly O Cafetão, de Ethan Hawke, nitidamente inspirados nas personagens Diva Plavalaguna e Ruby Rhod de o Quinto Elemento, além de Bob O Pirata, de Alain Chabat. Besson abre mão de uma reviravolta fabulosa quando, intencionalmente, deixa claro para o público, para Valerian e para Laureline quem é o verdadeiro vilão desde a primeira cena em que esse aparece. O mesmo acontece em O Quinto Elemento, mas Gary Oldman consegue dar uma pegada em Zorg que Clive Owen não conseguiu alcançar com o comandante Arun Filitt, criando um vilão monolítico e canastrão. Sua escolta, formada por androides “musculosos” com uma luz vermelha em sua face, é tão estereotípica que em sua primeira aparição sabemos que se trata de vilões. Cara Delevingne foi, nitidamente, uma escolha nostálgica e uma homenagem à Milla Jovovich. Besson gosta de modelos. Mas, infelizmente, Cara não consegue emplacar como Loreline da mesma forma que Milla conseguiu como Leeloo, até porque a sua personagem exige uma amplitude de nuances, emoções e sentimentos muito maior do que a de Milla, que pouco se expressava. Da mesma forma, Dane DeHaan não convence como Valerian. Dane é um ator que, com pouca experiência e sem atuações ímpares, alcançou o protagonismo muito prematuramente, sem conseguir corresponder às apostas de Besson. Rutger Hauer tem aparição relâmpago e fraca, Rihana tirou o melhor de Bubble, apesar da cena patética de “pole dance” e Ethan Hawke está excelente em uma personagem descartável. O resto do elenco é competente e não compromete, mesmo percebendo que alguns atores têm dificuldades em acreditar nos cenários virtuais. Apesar do desvio dramatúrgico, que fará o espectador sentir que o filme é muito mais longo do que deveria, e das escolhas equivocadas no elenco, não diria como os críticos americanos que o filme seja um desastre, mas também, não o elevaria mais do que o merecido como fizeram os brasileiros, talvez até para discordar da crítica americana ou para prestigiar Besson, um cineasta Francês. Valerian está longe do “Cult” o Quinto Elemento, mas vale assistir.

TRAILER



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