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  • Foto do escritorCardoso Júnior

Verão de 85 – França – 2020


Quando surge um novo trabalho do François Ozon, mesmo sendo um diretor irregular, é óbvio que um cinéfilo prontamente se interessa e, este, que estaria no Festival de Cannes 2020 se não tivesse sido cancelado, merece apreciação por conta das obras anteriores muito bem sucedidas.

Então, essa viagem a um tempo bom como foram os anos 80, principalmente num lindo verão centrado nas praias da Normandia, para nos apresentar um delicado e tórrido romance com conotações dramáticas e até sombrias entre dois belos adolescentes, num curto espaço de tempo, promete uma imersão sensorial que tanto o prestigiado cineasta gosta.

Infelizmente o roteiro (inspirado no romance “Dance on My Grave”), que abre prometendo um suspense, insere alguns tópicos (interesse pela morte e literatura), que pouco são desenvolvidos servindo apenas como meros ganchos quase aleatórios para a sustentação da estória e, insistindo num recorte temporal dicotômico para compor um desenvolvimento que acaba ficando no terreno do genérico como próximo do improvável (Como pegou o barco?).

Mas para espectadores menos exigentes com construções narrativas, certamente encontrarão belos e incríveis momentos recheados de sensibilidades e delicadezas no trato da primeira paixão, um detalhado e sincero mergulho nas descobertas emocionais, atuações naturalistas dentro do cinema autoral de Ozon, belas locações, trilha sonora, fotografia em acertados tons quentes formatando um design de produção visualmente encantador cuja câmera capta com proficiência os anos 80 e repleto de energia sensual na abordagem do “viva intensamente o hoje já que o amanhã não nos pertence”.

Assim, #Summerof85 ou #Été85, mesmo que lembre de perto “Me Chame Pelo Teu Nome” e tenha certo ar de filme para TV, atinge a beleza e a dor de ser quem é e, a ruptura do ser fragmentado concretizando-se no ser amado.



Ps1: Disponível em VOD


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