Selecionado entre os cinco melhores curtas-metragens no Oscar 2024, #RedWhiteandBlue, é uma daquelas estórias das quais não se pode falar muito em função de não dar spoilers e estragar a experiência das pessoas.
Em todo caso, eis um trabalho bem surpreendente onde uma garçonete, mãe solteira e assalariada, se vê diante de uma gravidez inesperada e, como em seu estado o aborto é veementemente proibido, ela junta todas suas parcas economias e parte para uma viagem por mais de sete horas cruzando as fronteiras do estado de carro, numa viagem em busca de outro estado onde o aborto é considerado legal.
O mais interessante deste roteiro muito simples é que, em seus vinte e cinco minutos, o roteiro vai sobrepondo camadas de interações muito sutis que vão induzindo o espectador a pensar numa direção quando, na verdade, os fatos vão surpreendentemente em outra e trágica formatação.
A estreia na direção e roteiro de Nazrin Choudhury é brilhante na utilização da paleta de cores desbotadas e muito cinza que reforçam a seriedade da atmosfera e ainda arranca atuações densas e emocionalmente muito comoventes ao focar e tratar suas poucas personas de forma humana mostrando o quanto as mulheres são unidas, umas pelas outras, diante de adversidades monstruosas que, só nos serão reveladas no terceiro ato.
PS>: Se não fosse Henry Sugar( Analise nº 1.629), seria o vencedor da categoria.
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