Baseado na série britânica homônima, Utopia, oscila entre utopias e distopias, quando o exemplar original da elusiva história em quadrinhos que leva o nome da série é acidentalmente encontrada deflagrando conflitos bizarros que abordam todas as possíveis teorias da conspiração relacionadas às pandemias, tanto que a Amazon diz não ter qualquer relação com a corrente, mas claro que há em cada uma das hipóteses levantadas, há inclusive uma personagem que pensa similarmente como ninguém menos que Bill Gates, que já externou a necessidade da diminuição da população mundial. Relembre qualquer das especulações sobre o coronavírus e, com certeza, ela estará lá. Além da relevância do tema, o texto cria personagens interessantíssimas tão singulares e estranhas quanto o assunto. A série é um tanto violenta, mas dentro de seu contexto.
O elenco é o ponto forte da série, apesar de não ser tão conhecido ou experiente, mas que organicamente funciona, exceto o seu maior nome, John Cusack, que parece ter saído direto de uma reabilitação de vício de drogas para os estúdios de filmagens, e está demais canastrão. Cory Michael Smith, que interpretou o Ed Nigma na série Gotham, rouba a cena em papel de pequena importância, mas que aponta para uma participação melhor em uma próxima temporada. A criação de sua personagem, outro vilão, outro desajustado, e, possivelmente, outro psicopata é surpreendentemente original e distinta de Nigma. A direção é coesa nos oito episódios, maquilagem e efeitos especiais funcionam muito bem para televisão, e edição e música são bastante competentes.
Uma releitura de uma série britânica de dois mil e treze, com o viés viral, que a torna corrente, interessante e relevante. Vale assistir.
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