Filmes da Coreia do Sul são uma garantia de qualidade em todos os aspectos e, ainda mais quando se trata de seu indicado a Melhor Filme Internacional no Oscar 2024. Não, eles não mandam “Retratos” eles produzem filmes completos, com temáticas de interesse mundial, como o caso de “Parasita”, “Burning” e Decision To Leave citando apenas três que foram para o Top Five.
Partindo de uma proposta de um mais que tenso thriller ficcional pós-apocalíptico com componentes realistas que forçam uma forte análise sociológica ao colocar o ser humano em modo de sobrevivência provocando as interações grupais, #ConcreteUtopia também se configura em um potente e perturbador drama onde o pior e o melhor de cada um fica estampado em tela.
Repleto de necessárias CGIs de alta resolução, a direção opta por não o transformar num espetáculo gráfico preferindo manter o foco no existencialismo e no comportamental do ser humano diante de uma gravíssima crise ambiental.
Com pequeno elenco famoso (para eles) a produção que reúne centenas de figurantes e alguns coadjuvantes, prima pelas atuações, trilha sonora, efeitos e figurinos que só complementam a coesão do roteiro equilibrando-se em antagonismos, suspense e mistérios diante do colapso do coletivo e a necessidade de criar uma nova estrutura comunitárias. Quais regras impor?
Baseado numa estória em quadrinhos, Utopia Concreta coloca o espectador dentro da angustiante situação fazendo-o refletir sobre nobres valores humanitários e seu lado mais egoísta em um excelente trabalho de personagens, utilizando-se da distopia sem perder, em nenhum momento, o alto pico de interesse gerado.
Vale como distração e reflexão.
