Massacre de Nanquim – China – 2025
- Cardoso Júnior

- há 2 horas
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alise 1.784

O candidato da China a uma vaga em Melhor Filme Internacional no Oscar 2026, na minha opinião, já tem lugar reservado entre os cinco melhores, principalmente por trabalhar com fatos históricos pouco conhecidos no ocidente (eu não sabia), sua primorosa narrativa muito bem amarrada e uma execução artística e técnica deslumbrante e impecável.

Certamente poucos sabem também que a China foi um forte aliado durante a Segunda Guerra mundial com sua luta contra o Japão e, o filme que se inicia em 1937, mostra-nos, sem nenhum pudor, as inomináveis e abjetas atrocidades que o exército japonês impôs ao povo chinês quando invadiu e conquistou a capital chinesa, na época a cidade de Nanquim.

Ok, não é um filme para fracos e recomendo que pessoas mais sensíveis a violência explícita e ignóbil deva evitar de vê-lo mesmo já tendo se tornado um dos maiores sucessos de bilheteria agora em 2025. E não é pra menos.

Talvez, fechar os olhos para algumas cenas muito brutais e doídas ajude a não só conhecer essa macabra guerra bem como se deixar envolver pela belíssima história de sobrevivência de um pequeno grupo de pessoas e da importância da fotografia como instrumento documental das ignomínias que, lamentavelmente, a humanidade é capaz.

Em Massacre de Nanquim existem apenas dois focos: O massacre que o exército japonês com requintes de crueldades realizava nas ruas da cidade contra a população civil e indefesa e, dentro de um estúdio fotográfico onde um grupo de poucas pessoas escondidas utilizavam de vários estratagemas apenas para sobreviver diante da ameaça de morte a cada dia mais premente.

O diretor Ao Shen, equaciona o fato histórico com muitos momentos dramáticos e sequências de ação mantendo um ritmo ágil tornando a história emocionalmente muito envolvente enquanto a espetacular fotografia mescla realismo com impressionismo – fora ou dentro - criando interiores sombriamente claustrofóbicos enquanto a paleta de cores, iluminação, design e alguns efeitos especiais vão ampliando nossa tensão a limites impensáveis enchendo-nos de uma sensação de perigo e urgência inimagináveis.

Dead to Rights consegue documentar o hediondo massacre enquanto envolve-nos com um drama emocionante e em escala grandiosa que só um épico é capaz de alcançar o que explica o enorme sucesso da película que evitando sensacionalismos e decupando camadas emocionais dos sobreviventes ainda faz justiça à história das trezentas mil de baixas entre civis e militares e ainda nos envolve com questões de ética e moral.

Com grandes performances de todo um elenco persuasivo, eis um filme devastador na mesma medida que, enquanto avança sua história vai recriando a história mostrando-nos o triunfo da fotografia em suas duas horas de projeção (que não sentimos), configurando-se em um trabalho épico onde pessoas comuns são os verdadeiros heróis capazes de conseguirem justiça levando os tiranos ao banco dos réus.
Imperdível!!!

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