O vencedor da Palma de Ouro no #FestivaldeCannes2022, dirigido por Ruben Östlund o mesmo do ótimo “Força Maior (comentado em 04-02-2015) e do louco The Square (comentado em 26-01-18) segue com sua verve caleidoscópica para retratar/ discutir/ criticar valores da sociedade moderna de forma “genial”, mas #TriangleofSadness erra feio, bem feio nessa realização escalafobética.
Com uma proposta dividia em três capítulos onde o primeiro é interessante e parece bem promissor, a sequência de um trabalho de longas 2 horas e meia, ignora a lógica e as sutilezas para ressaltar características provocando espanto e até certa dose de comédia, apostando, inclusive, em escatologias onde o bizarro desagua no mau gosto estilístico.
É nítido que há no roteiro pretensão de trilhar o caminho de um filme político, mas os artifícios utilizados para esse fim soam gratuitos perdendo a graça pretendida, naufragando numa redundância de clichês.
O elenco de #TriangulodaTristeza se esforça no desempenho sem muito sucesso uma vez que suas personagens são desenhadas para um fim especifico e pouco interesse/empatia despertam ficando mesmo nas raias dos estereótipos.
Ok que existe uma provocação para criticar o capitalismo, os privilégios e as desigualdades sociais (qualquer tolo vê isso e vários filmes já trafegaram pelos temas), todavia é sempre bom ter em mente que o exagero pelo exagero não é premissa da sátira e, quando usado apenas para impactar, perde a pretendida intensidade restando apenas vestígios de insanidade.
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