Ano passado, a Coréia do Sul entrou para os anais da história do cinema com a obra “Parasita” (análise nº 1.108) e, este ano, lança seu candidato a Melhor Filme Internacional no Oscar 2021 dentro de um gênero muito, mas muito diferente.
O thriller político que “investiga” um pedaço da história do país, pouquíssimo lembrado ou mesmo conhecido por nós, os ocidentais - O assassinato do ditador e presidente Park Chung-hee em 1979 – centra o cerne e o foco nos 40 dias anteriores ao complô criando obra de interesse localizado e tão diferente da universalidade temática do filme anterior.
O roteiro, baseado no livro “KCIA Chiefs “ baseia-se em fatos ao mesmo tempo que avisa sobre inserções dramatizadas para transitar dentro do bastidores do intrincado jogo e disputas de poder dentro do ciclo presidencial estabelecendo um bom ritmo de suspense bem aos moldes do cinema americano da época com boas pitadas de espionagem e interferências geopolíticas.
Estilisticamente mais que recomendável, a história insere uma gama de personagens que acabam deixando o desenvolvimento pouco claro confundindo o expectador sobre funções e objetivos de muitos, deixando pairar dúvidas sobre a conjuntura narrativa o que leva a proposta para um terreno de anticlímax em seus elegantes 115 minutos.
Tecnicamente irrepreensível no que tange a reconstrução de época, repleto de planos abertos (fora da Coréia), e com bela fotografia principalmente nos momentos mais sombrios e com atuações meritórias, em #TheManStandingNext, o roteiro negligencia maiores explicações sobre a execução final, criando um final pouco impactante mesmo que lance mão de fotos de época deixando-nos na dúvida se seguimos a história de um herói ou de um vilão.
Assim, e até porque a revolta é várias vezes citada nos diálogos, deixo forte recomendação para “O Motorista de Taxi” comentado aqui em 21 de outubro de 2017, onde o período é retratado de maneira bem mais empolgante e original.
Ps: Disponível em VOD
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